O deputado estadual Gilberto Cattani (PL), reforçou o discurso de influenciadores da extrema-direita pela demissão de pessoas de esquerda. Em entrevista nesta quarta-feira (26) ele afirmou que, em sua empresa, ele tem o direito de não contratar pessoas de esquerda, a quem considera "inimigos ideológicos".
A declaração surge em meio a uma polêmica nas redes sociais que incentiva a demissão de trabalhadores que comemoraram a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, no último sábado (22). Cattani argumentou que, como empresário, ele evitaria o problema na raiz, ao não contratar trabalhadores com uma ideologia oposta à sua.
“Se eu tivesse uma empresa e fosse contratar um funcionário, para começar eu não iria demitir nem um esquerdista. Porque eu não iria contratar nenhum. Eu não posso contratar uma pessoa que já entra na minha empresa sendo meu inimigo, meu adversário. Que é a doutrina que eles pregam. Então eu não teria problema em demitir ninguém, porque eu não contrato ninguém com outro viés ideológico”, afirmou.
Questionado se seu posicionamento não contradiz a liberdade de expressão defendida pela própria direita, Cattani foi categórico, defendendo o direito do empregador sobre sua propriedade. “Não. A empresa é minha, eu que mando nela”, disparou.
O deputado confirmou que sua visão se estende ao parlamento. Ao ser perguntado se considera colegas do Partido dos Trabalhadores (PT), como o deputado Lúdio Cabral, como inimigos, ele fez a distinção entre a esfera pessoal e a política.
“Sim. A ideologia dele (Ludio) sim. Ele como pessoa, eu e o Lúdio conversamos, não tem problema nenhum, até o [Valdir] Barranco, ou até com o próprio [presidente] Lula, quem quiser. Eles não são meus inimigos carnais, mas são meus inimigos ideológicos”, concluiu.
















