O prefeito de Sinop, Roberto Dorner (PL), demonstrou que ainda não esqueceu ter sido preterido por parte da direita durante o último pleito eleitoral, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que começou a cumprir pena em Brasília. Em entrevista à imprensa nesta quarta-feira (26), Dorner negou que irá se subordinar às orientações de Bolsonaro na escolha de candidaturas para 2026.
Em um rompimento público com a influência do ex-mandatário, mas ainda considerado o principal líder da extrema-direita, Dorner afirmou que Bolsonaro é uma "carta fora do baralho" na política atual.
“Bolsonaro não é dono do partido e nem é dono da direita. Eu sou PL. Eu sou direita. Por isso, eu vou continuar sendo direita e não vou dar bola para Bolsonaro. Bolsonaro é uma carta fora do baralho já. Está hoje preso e nós temos que olhar para o nosso futuro, nosso país”, declarou.
O prefeito de Sinop (a cerca de 500 km de Cuiabá), cidade reconhecida nacionalmente pela ‘força do bolsonarismo’, argumentou que o foco dos gestores deve ser o futuro e a busca por um candidato de direita que possa fazer a diferença. Dorner defendeu que gestores no poder devem manter uma postura discreta e pragmática, dada a necessidade de trabalhar com "todas as forças políticas" para conseguir recursos.
MÁGOA
A fala de Dorner em relação a Bolsonaro surpreende pois ele sempre afirmou que não guarda mágoa da ala bolsonarista do PL que não apoiou o seu projeto político à reeleição em 2024, incluindo o ex-presidente.
Naquele pleito, a eleição municipal em Sinop demonstrou um racha do bolsonarismo na cidade. Parte do partido apoiava o projeto de Dorner, enquanto outra apoiou a campanha da empresária Mirtes Grotta (Novo).
A situação ficou clara após a visita de Bolsonaro na cidade, quando Mirtes desfilou no carro do ex-presidente da República enquanto Dorner foi barrado de subir no veículo.
