Brasília|Victoria Lacerda, do R7, em Brasília
Foto-Metrópoles
O STF (Supremo Tribunal Federal) iniciou nesta segunda-feira (14) as oitivas das testemunhas do núcleo 2 da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado.
O primeiro a depor foi Adiel Pereira Alcântara, ex-coordenador de inteligência da PRF (Polícia Rodoviária Federal), que relatou ter ouvido de superiores durante as eleições de 2022 a seguinte frase: “Está na hora de a PRF tomar um lado”. Segundo ele, a ordem partiu do então diretor de operaçõesda Polícia Rodoviária Federal (PRF), Djairlon Henrique Moura.
O depoimento foi conduzido por videoconferência pelo juiz Rafael Henrique Janela Tamai Rocha, do TJ-SP, auxiliar do gabinete do ministro Alexandre de Moraes.
Adiel afirmou que participou de uma reunião em que foi solicitada a intensificação de abordagens a ônibus e vans com destino ao Nordeste, com base em dados da inteligência.
Segundo ele, sua presença na reunião foi para apresentar o papel da coordenação de análises nas operações da PRF durante as eleições.
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“Essa frase foi dita na reunião: ‘Tem coisas que são e tem coisas que parecem ser. Está na hora de a PRF tomar um lado e de os diretores fazerem jus às suas funções’. Foi uma orientação do então diretor de operaçõesda Polícia Rodoviária Federal (PRF),Djairlon Henrique Moura”, declarou.
Também devem ser ouvidos nesta etapa Eder Lindsay Magalhães Balbino, dono de empresa de tecnologia apontado como responsável por estudo técnico usado pelo PL para contestar as urnas, e Clebson Ferreira de Paula Vieira, analista de inteligência e ex-servidor do Ministério da Justiça no governo Bolsonaro.
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Núcleo 2
A denúncia contra os réus do núcleo 2 foi aceita pela Primeira Turma do STF em abril. Eles respondem por tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado democrático de direito, organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Os depoimentos seguem até 21 de julho e podem ser acompanhados pela imprensa.
Os envolvidos respondem por cinco crimes relacionados à tentativa de impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT):
- Organização criminosa armada;
- Tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito;
- Tentativa de golpe de Estado;
- Dano qualificado pela violência e grave ameaça; e
- Deterioração de patrimônio tombado.
De acordo com a PGR, o grupo atuava na coordenação de ações planejadas para garantir a continuidade de Bolsonaro no cargo, mesmo após a derrota nas urnas.
Os réus desse núcleo são:
- Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da PRF (Polícia Rodoviária Federal);
- Filipe Martins e Marcelo Câmara, ex-assessores da Presidência;
- Mario Fernandes, general da reserva do Exército;
- Marília Alencar e Fernando Oliveira, ex-diretores do Ministério da Justiça e Segurança Pública.