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Meio ambiente

Amazônia abriga atualmente 55 milhões de árvores gigantes

Roraima e Amapá lideram concentração

Administração

Por Rafael Aleixo, g1 AP — Macapá
Foto-Horizonte, Educação e Comunicação
 
 
 

Um estudo divulgado na terça-feira (14) pela revista britânica New Phytologist revelou, pela primeira vez, onde estão as maiores árvores da Amazônia. Com mais de 60 metros de altura, essas gigantes ajudam a manter o equilíbrio da floresta, armazenam carbono e são fundamentais para a biodiversidade.

O artigo, intitulado "Mapping the density of giant trees in the Amazon", ou traduzido do inglês "Mapeando a densidade de árvores gigantes na Amazônia", foi liderado pela Universidade do Estado do Amapá (Ueap) e realizado por uma equipe ampla de pesquisadores de outras instituições nacionais e internacionais. 

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O foco principal foi mapear e modelar a densidade de árvores gigantes em toda a Amazônia brasileira. Para isso, os cientistas utilizaram dados de sensoriamento remoto por LiDAR (Light Detection and Ranging), coletados entre 2016 e 2018 em 900 áreas da floresta, cada uma com cerca de 3,75 km².

Sensoriamento remoto por LiDAR, usado na pesquisa sobre árvores gigantes na Amazônia — Foto: Jornal Nacional/Reprodução

Sensoriamento remoto por LiDAR, usado na pesquisa sobre árvores gigantes na Amazônia — Foto: Jornal Nacional/Reprodução

Amazônia abriga atualmente 55 milhões de árvores gigantes, revela pesquisa — Foto: Reprodução/Ueap

Amazônia abriga atualmente 55 milhões de árvores gigantes, revela pesquisa — Foto: Reprodução/Ueap

 
Amazônia abriga atualmente 55 milhões de árvores gigantes, revela pesquisa — Foto: Ueap/Divulgação

Amazônia abriga atualmente 55 milhões de árvores gigantes, revela pesquisa — Foto: Ueap/Divulgação

Esses dados foram combinados com 16 variáveis ambientais, como clima, relevo, solo, incidência de raios e ventos, para construir um modelo de floresta aleatória (Random Forest), uma técnica de inteligência artificial que permite prever padrões com alta precisão.

Os resultados mostram que a distribuição dessas árvores é desigual: cerca de 14% estão concentradas em apenas 1% da área da Amazônia.

As maiores densidades foram encontradas em Roraima e do Escudo das Guianas — que inclui parte do estado do Amapá — onde há alta disponibilidade de água e baixa incidência de raios e ventos fortes. 

Segundo Robson Lima Borges, pesquisador da Ueap, o estudo reforça como poucas árvores gigantes podem concentrar grandes estoques de biomassa e carbono acima do solo, o que as torna peças-chave no equilíbrio ecológico da floresta. 

“O artigo é um importante desdobramento das pesquisas nossas sobre as árvores gigantes. Em especial, nossa pesquisa traz um importante insight que é sobre como poucas árvores grandes podem impactar diretamente os maiores estoques de biomassa e carbono acima do solo”, informou o pesquisador.

 

O estado do Amapá teve papel importante na pesquisa. Instituições como a Ueap e o Instituto Federal do Amapá (Ifap) participaram ativamente do estudo. Parte dos voos com sensores LiDAR foi realizada sobre áreas do Amapá, contribuindo para o mapeamento da vegetação local.

Com grande cobertura vegetal e baixa taxa de desmatamento, o território amapaense se destaca como uma das regiões com maior potencial de conservação da floresta, segundo o artigo.

O estudo identificou que fatores como temperatura amena, boa luminosidade, solo com alta retenção de água e baixa frequência de distúrbios naturais favorecem o crescimento das árvores gigantes. Já eventos extremos, como secas prolongadas, ventanias e descargas elétricas, aumentam a mortalidade dessas espécies.

O artigo científico está disponível na versão inglesa no site da revista New Phytologist.

 
Até hoje, a maior árvore da Amazônia é um angelim-vermelho, descoberto em 2019 — Foto: Editora de Arte/g1

Até hoje, a maior árvore da Amazônia é um angelim-vermelho, descoberto em 2019 — Foto: Editora de Arte/g1

Maior árvore da Amazônia está localizada na fronteira do Amapá e do Pará — Foto: Rafael Aleixo/Setec

Maior árvore da Amazônia está localizada na fronteira do Amapá e do Pará — Foto: Rafael Aleixo/Setec

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