O deputado estadual Wilson Santos (PSD) deixou claro que a recente filiação do adversário político Emanuel Pinheiro ao partido não lhe agradou. Durante coletiva de imprensa nesta quarta-feira (13), o parlamentar respondeu de forma ríspida às perguntas e encerrou a entrevista sem confirmar se permanecerá ou não na legenda.
Questionado sobre a chegada de Emanuel ao PSD — recebida de braços abertos pelo principal líder da sigla e atual ministro da Agricultura e Pecuária do governo Lula, Carlos Fávaro — Wilson foi direto: “Não sei. Não fui consultado. Não tô nem sabendo.”
Sobre a possibilidade de deixar o partido, o deputado afirmou que tem até março do ano que vem, período da janela partidária, para decidir. Ele negou, porém, que já esteja negociando ou tenha recebido convites formais de outras legendas.
A rivalidade entre Wilson e Emanuel, que dividiram espaço no legislativo mato-grossense no início dos anos 1990, vem de longa data. Wilson foi prefeito da capital mato-grossense entre 2004 e 2010, quando renunciou para disputar o governo do Estado, tentando repetir o feito de Dante de Oliveira — mas fracassou.
E em 2016, os dois disputaram a prefeitura, em uma campanha marcada por ataques pessoais. Emanuel saiu vitorioso e permaneceu por oito anos à frente do Executivo municipal, um período marcado por polêmicas e denúncias de corrupção.
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DO MDB PARA O PSD
A ida de Emanuel para o PSD também encerra um ciclo de atritos entre ele e a deputada estadual Janaína Riva (MDB), que teve como capítulo mais recente a guinada à direita da legenda, liderada pela parlamentar e futura presidente regional, que desagradava o ex-prefeito.
Emanuel manteve alinhamento com o governo Lula, no qual seu filho, o deputado federal Emanuelzinho (MDB), é vice-líder na Câmara. A relação próxima com o ministro Fávaro tornou a filiação ao PSD um movimento natural.
Emanuelzinho já antecipou que pretende seguir o pai na mudança, mas, por estar em mandato, só poderá migrar de partido durante a janela partidária de 2026.
