Os policiais militares Jorge Rodrigo Martins, Walison Alessandro Medeiros, Leandro Cardoso e Wekcerlley Benevides de Oliveira foram liberados para retornar às atividades profissionais. Também foi retirado o monitoramento eletrônico imposto ao grupo. Os militares são acusados de forjar um confronto para ajudar a dissimular a arma usada no assassinato do advogado Renato Nery, em Cuiabá.
Em junho deste ano, o juiz João Bosco Soares da Silva, da 11ª Vara Criminal, acolheu denúncia contra o quarteto e determinou que eles não poderiam exercer suas respectivas funções na PM, nem ter acesso a armas de fogo, bem como deveriam utilizar tornozeleiras eletrônicas. À época, a prisão preventiva foi considerada desnecessária e o afastamento da polícia suficiente para a garantia da ordem pública.
No decorrer do processo, a defesa dos militares pediu o relaxamento das cautelares. Pedido foi analisado em audiência de instrução e julgamento no dia 12 de agosto e recebeu voto contrário do juiz de direito.
Contudo, os juízes militares do Conselho de Justiça votaram, de forma unânime, pelo parcial acolhimento dos pedidos da defesa. Os quatro magistrados militares concordaram com o fim do monitoramento eletrônico e o retorno às atividades policiais.
CONFRONTO FORJADO E ASSASSINATO
No confronto, em tese, forjado pelo bando, uma pessoa morreu e outras duas ficaram feridas. A ocorrência foi registrada no Contorno Leste, nas proximidades do bairro Pedra 90, dias depois da execução do advogado.
Com a simulação do confronto, os PMs pretendiam dificultar as investigações e impedir que as autoridades chegassem ao instrumento usado para matar Nery. Contudo, posteriormente, o confronto balístico confirmou que se tratava da mesma arma utilizada em ambos os crimes.
Perícia também afastou a possibilidade de troca de tiros, uma vez que não foram encontradas marcas de bala na viatura e nem no carro dos supostos assaltantes.