O ex-vereador de Cuiabá e servidor de carreira do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), Luís Cláudio Sodré (MDB), foi afastado de suas funções nesta quarta-feira (13) por suspeita de envolvimento no esquema que desviou mais de R$ 21 milhões da conta única do Judiciário. A medida foi determinada pelo presidente do TJMT, desembargador José Zuquim Nogueira, no âmbito da Operação Sepulcro Caiado, deflagrada pela Polícia Civil em 30 de julho.
Com o afastamento, Luís Cláudio passa a responder a uma sindicância interna e teve todo o acesso aos sistemas do TJMT bloqueado. Ele se soma a outros três servidores já afastados: Mauro Ferreira Filho, apontado como principal elo do esquema dentro do Judiciário, Eva da Guia Magalhães e Cláudia Regina Dias de Amorim Del Barco Corrêa.
Embora não tenha sido alvo dos mandados iniciais, o nome de Luís Cláudio surgiu no decorrer das investigações, que apuram a atuação de uma organização criminosa chefiada pelo empresário João Gustavo Ricci Volpato, ex-secretário de Habitação e Regularização Fundiária na gestão do então prefeito Emanuel Pinheiro (MDB). Luís Cláudio também atuou na mesma gestão como secretário de Governo, reforçando o vínculo entre ambos.
O relatório final da Delegacia de Estelionato de Cuiabá encaminhado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) aponta a necessidade de um inquérito complementar para apurar a conduta de Eva e Cláudia Regina, que não foram indiciadas até o momento.
Foram indiciados pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, estelionato, falsidade ideológica e uso de documentos falsos: Mauro Ferreira Filho, João Gustavo Ricci Volpato, Wagner Vasconcelos de Moraes, Melissa Franca Praeiro Vasconcelos de Moraes, Luiza Rios Ricci Volpato, Augusto Frederico Ricci Volpato, Themis Lessa da Silva, Régis Poderoso de Souza, Rodrigo Moreira Marinho, João Miguel da Costa Neto e Denise Alonso.
A operação já cumpriu mais de 160 ordens judiciais, incluindo 11 mandados de prisão preventiva, 22 de busca e apreensão, 16 bloqueios judiciais que totalizam R$ 21,7 milhões, 46 quebras de sigilo bancário e fiscal, além do sequestro de 18 veículos e 48 imóveis.