Brasília|Do R7
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O ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), Eduardo Tagliaferro foi detido pela polícia italiana nesta quarta-feira (1º). O advogado Fabio Pagnozzi, responsável pela defesa da deputada federal licenciada Carla Zambelli, na Itália, assumiu o caso e afirmou que está acompanhando a situação com autoridades italianas.
“É inadmissível que a perseguição conduzida por um juiz sancionado pela Lei Magnitsky, em conjunto com a atuação persecutória do governo Lula, esteja atravessando até mesmo o Atlântico. O governo italiano precisa ser atualizado sobre o estado de coisas inconstitucional que se instalou no Brasil”, afirmou.
Segundo o advogado, o ex-assessor de Moraes vai ser liberado ainda nesta quarta-feira após ser ouvido na delegacia para onde foi levado.
Tagliaferro foi chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no período em que Moraes comandou a corte eleitoral.
Ele é investigado pelo vazamento de mensagens trocadas entre servidores do gabinete de Moraes. Segundo ele, o ministro teria adulterado documentos para justificar operações da Polícia Federal.
A oposição chama a divulgação das mensagens de “Lava Toga” e tenta anular o processo sobre a tentativa de golpe usando tais informações.
Tagliaferro foi exonerado do posto de trabalho e mudou-se para a Itália. Moraes pediu a extradição do ex-assessor ao Ministério da Justiça e Segurança Pública em agosto.
Veja as acusações de Tagliaferro contra Moraes
Tagliaferro acusa o ministro do STF de adulterar documentos para justificar operações da Polícia Federal. Durante uma sessão do Senado, o ex-assessor apresentou documentos que, segundo sua versão, comprovariam irregularidades.
Ele citou especificamente uma petição com data supostamente manipulada. O perito relatou que foi orientado a elaborar um documento após a realização de uma ação policial, mas a data teria sido retroativamente alterada para dar a impressão de que o material técnico havia sido produzido antes, servindo assim de respaldo jurídico para a operação.
Metadados apresentados por Tagliaferro mostram que o documento teria sido criado no dia 28 de agosto de 2022, às 10h33. O texto foi incluído no processo de investigação com outra data: 22 de agosto.
Em nota divulgada por sua assessoria, o ministro Alexandre de Moraes disse que todos os procedimentos de investigação foram realizados de forma regular. Além disso, o ministro afirma que a assessoria do TSE foi acionada para recolher dados e que estes foram repassados às autoridades competentes.