O projeto que prevê anistia para envolvidos nos atos de 8 de janeiro enfrenta crescente resistência no Congresso Nacional. A proposta, que busca reduzir penas ou cessar o cumprimento do regime penal para alguns participantes, encontra obstáculos significativos tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado Federal.
"A iniciativa, que chegou a ganhar força em discussões anteriores, perdeu impulso após a rejeição da PEC da Blindagem. O movimento, que era patrocinado por setores do centrão e da direita do Congresso, buscava atrair apoio de parlamentares da esquerda, mas não obteve sucesso", explica Clarissa.
O desgaste causado pela PEC da Blindagem deixou marcas profundas na Câmara dos Deputados. Os parlamentares agora demonstram preferência por pautas menos controversas, como a aprovação da isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil, especialmente considerando a proximidade do período eleitoral.
Mesmo com o cenário desfavorável, ainda existe uma possibilidade de acordo para redução das penas. No entanto, o ambiente político atual não apresenta terreno firme para discussão de anistia, seja ela parcial ou integral
"A fala de Valdemar Costa Neto sobre possíveis negociações mantém uma pequena janela de diálogo aberta, principalmente junto aos setores da direita", diz a analista de Política da CNN.
O pragmatismo característico do atual Congresso pode eventualmente abrir espaço para negociações futuras. Existe a possibilidade de liberação da base governista para votar determinadas pautas da oposição, como já ocorreu em outras ocasiões, visando a aprovação de projetos estratégicos para o governo federal.
