A Câmara dos Deputados deve votar nesta semana um projeto que acaba com os descontos de mensalidades associativas e sindicais nos benefícios do INSS. Em entrevista ao Jornal da CBN, o ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, criticou a proposta. Segundo ele, a medida tem caráter ideológico, sobretudo com a intenção de sufocar o movimento sindical no país:
'Às vezes, a gente tem uma boa intenção e busca fazer uma determinada atividade com as associações, mas, por trás, tem uma disputa ideológica colocada. Então, é importante que o parlamento esteja atento. Se quiser fazer essa opção pelo fim dos descontos associativos, pode fazer, mas desde que esteja consciente que está, praticamente, sepultando o movimento sindical no Brasil'.
Outra medida do projeto que desagrada ao governo é a que obriga o INSS a ressarcir qualquer fraude em empréstimos consignados caso o banco responsável não o faça em até 30 dias. Wolney Queiroz destacou que o instituto é apenas intermediador do pagamento e não pode assumir o risco.
'Nós chamamos isso de uma temeridade, você colocar o INSS agora para ser o seguro das instituições financeiras, dos bancos, dos correspondentes bancários. E a gente ainda está discutindo com o relator alguns desses pontos para poder tentar melhorar essa redação'.