A greve dos caminhoneiros marcada para está quinta-feira (4), não teve a adesão esperada e terminou sem impacto nas rodovias brasileiras. O movimento, convocado por Francisco Burgardt, conhecido como Chicão Caminhoneiro, havia sido anunciado como uma paralisação nacional, com expectativa de mobilização em todas as regiões do país, especialmente no Sudeste, mas acabou fracassando diante da falta de apoio interno e político. (VEJA O VÍDEO AO FINAL)
Em Mato Grosso um dos locais que teriam aderido a paralisão foi a cidade de Sinop (a 480 Km de Cuiabá), mas em vídeo públicado pelo caminhoneiro Paulo Ubirajara, que esteve na BR-163, mostrou que o fluxo de trânsito seguia normalmente, sem interrupções.
A convocação foi feita pelas redes sociais e acompanhada de um protocolo oficial entregue ao Palácio do Planalto no início da semana. Entre as principais reivindicações estavam a estabilidade contratual dos caminhoneiros, o cumprimento das leis já existentes, a reestruturação do Marco Regulatório do Transporte de Cargas e a aposentadoria especial após 25 anos de trabalho comprovado.
Apesar das pautas, entidades da categoria se dividiram: enquanto associações como a ACTRC apoiaram a paralisação, cooperativas como a CCAPS, do Porto de Santos, rejeitaram o movimento por falta de deliberação coletiva.
O deputado federal Zé Trovão (PL-SC), um dos principais representantes da categoria no Congresso, também se posicionou contra a greve. Em vídeo divulgado nas redes sociais, afirmou que as pautas apresentadas não resolveriam os problemas estruturais do transporte rodoviário e que não apoiaria o ato. A ausência de apoio político e a falta de consenso entre lideranças enfraqueceram ainda mais a mobilização.
Na sexta-feira, 5 de dezembro, Burgardt admitiu que o movimento não vingou. Segundo ele, a greve teria sido “sabotada”, o que explicaria a ausência de caminhões parados e bloqueios nas rodovias. As estradas amanheceram livres tanto na quinta quanto na sexta, e o transporte seguiu normalmente em todo o país.
O resultado contrasta com a greve de 2018, durante o governo Michel Temer, quando caminhoneiros paralisaram o país por dez dias em protesto contra os reajustes do diesel. Naquele episódio, houve desabastecimento de combustíveis e alimentos, além de forte impacto econômico, o que levou o governo a negociar diretamente com a categoria.
Em 2025, no entanto, a tentativa de paralisação expôs novamente a fragmentação entre os caminhoneiros e a dificuldade de articulação nacional da categoria. Sem consenso interno e sem apoio político robusto, o movimento terminou sem força e sem impacto prático.
VEJA O VÍDEO















