Terça-feira, 25 de Novembro de 2025
icon-weather
DÓLAR R$ 4,08 |

25 de Novembro de2025


Área Restrita

Política Terça-feira, 25 de Novembro de 2025, 15:53 - A | A

Terça-feira, 25 de Novembro de 2025, 15h:53 - A | A

EQUÍVOCO DE LULA

Fávaro critica demarcação de terras indígenas e fala em erro no decreto

Ministro afirma que Lula foi mal orientado ao homologar novas terras indígenas em MT, defende indenização imediata e diz que pode apoiar revisão no STF

Conteúdo Hipernotícias
DA REDAÇÃO

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro (PSD), criticou abertamente, nesta segunda-feira (24), o decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que homologou três novas terras indígenas em Mato Grosso. Segundo ele, Lula foi levado a acreditar que as áreas estavam pacificadas, quando na verdade ainda havia conflitos fundiários sensíveis em andamento.

As declarações dadas nesta segunda, durante a inauguração do escritório da ApexBrasil em Cuiabá, e reforçam o clima de tensão instalado entre o setor produtivo e o governo federal após a ampliação dos territórios Manoki, Uirapuru e Estação Parecis.

LEIA MAIS: Lula homologa três novas Terras Indígenas em Mato Grosso que somam 274 mil hectares

Fávaro afirmou que o processo foi conduzido de forma “exacerbada”, e que Lula teria sido orientado de maneira equivocada:

“Me parece que levaram o presidente na busca de que estava tudo pronto e poderia fazer sem nenhum conflito, que estava pacificado, o que não é verdade. Ele acabou publicando esse decreto de forma exacerbada. Não sei se ele foi induzido ao erro”.

O ministro disse ainda que está levantando dados dos processos e que pretende usar sua influência dentro do governo para reverter as homologações, caso encontre inconsistências. “Eu vou olhar. Se tiver inconsistências, eu vou apoiar para que se revise o caso”, garantiu.

LEIA MAIS: Mauro promete acionar governo Lula contra demarcação de terras indígenas em MT

INDENIZAÇÃO IMEDIATA

Durante a entrevista, Fávaro defendeu que qualquer desapropriação decorrente de demarcação indígena só pode ocorrer mediante indenização por valor venal, em dinheiro e à vista, protegendo produtores rurais que ocupam áreas há décadas.

“Se for caso de ter desapropriação, tem que ser com indenização por valor venal em dinheiro e à vista. Se não ocorreu dessa forma, para mim é uma injustiça, porque está beneficiando um grupo e tirando a paz e a tranquilidade de outros”.

O ministro voltou a insistir que é possível haver convivência harmônica entre indígenas e produtores, mas sem imposições unilaterais ou prejuízo social.

O ministro reforçou que houve precipitação na edição do decreto e que a ausência de pacificação social agrava o risco de conflito no campo.

Segundo ele, antes de ampliar ou homologar áreas, é obrigatório “olhar cada caso” e evitar decisões que gerem insegurança jurídica a famílias e produtores com titulação regular.

GOVERNO DE MT ACIONA STF

A fala do ministro converge com as medidas tomadas pelo Governo de Mato Grosso, que ingressou com ação no Supremo Tribunal Federal para suspender o decreto presidencial. Fávaro considerou positiva a iniciativa:

“Eu achei bom o governo do Estado acionar o STF. Se houver inconsistências, eu vou apoiar para que se revise o caso.”

A Procuradoria-Geral do Estado argumenta que o decreto viola a Lei 14.701/2023, marco temporal aprovado pelo Congresso, e que a ampliação da Terra Indígena Manoki desrespeita limites já homologados.

LEIA MAIS: Governo aciona STF contra decreto de Lula que amplia terra indígena em MT

TENSÃO NO AGRO

Produtores rurais afirmam que as ampliações ignoram décadas de uso produtivo e investimentos. O setor também critica a falta de diálogo com estados e municípios.

Fávaro, embora seja ministro do governo Lula, adotou postura firme ao defender os produtores e prometer trabalhar para desfazer eventuais erros: “Eu estou levantando os dados e vou procurar, dentro da minha capacidade, ajudar a reverter essa situação dentro do governo”.

DECRETO 

As terras homologadas por Lula no dia 18 de novembro foram:

- Terra Indígena Manoki (Brasnorte): ampliada de 46 mil para cerca de 250 mil hectares

- Terra Indígena Uirapuru: cerca de 21,7 mil hectares

- Terra Indígena Estação Parecis: pouco mais de 2,1 mil hectares

Todas localizadas em regiões produtivas e com forte presença de propriedades regularizadas.

 

✅ Clique aqui para entrar no grupo de whatsapp 

Comente esta notícia

Rua Rondonópolis - Centro - 91 - Primavera do Leste - MT

(66) 3498-1615

[email protected]