O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), usou um tom de ironia nesta terça-feira (18) para comentar a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de sancionar a lei que proíbe o uso de linguagem neutra emórgãos e entidades da administração pública federal. Abilio, que ganhou notoriedade nacional e milhões de seguidores após um embate sobre o termo "todes", afirmou que o presidente está seguindo seus passos.
A nova legislação integra a Política Nacional de Linguagem Simples e foi publicada no Diário Oficial da União na segunda-feira (17). Em coletiva de imprensa na Câmara de Cuiabá, Abilio ligou a sanção à polêmica que ele mesmo protagonizou meses atrás.
"Porque eu fui o primeiro a tomar essa decisão. Apareceu aí um monte de esquerdista me rufando o pau. E o resultado? O Lula não aguentou a pressão e cedeu. Você podia falar que o Lula está me copiando", afirmou o prefeito. Abilio ainda ironizou a primeira-dama, Janja Lula da Silva, "ele vai ter que proibir a própria esposa (Janja Lula) de falar agora”.
Para o prefeito, a sanção presidencial é um movimento tático: "provavelmente o Lula está mais preocupado com a eleição dele agora e menos com a militância. E aí está dando uma pedalada na militância", avaliou.
O prefeito de Cuiabá, que é um expoente da direita, disse esperar a reação de figuras e partidos ligados à esquerda que o criticaram no passado. Ele citou nominalmente o PSOL, o PT e parlamentares de Mato Grosso, como o deputado Lúdio Cabral (PT) e a suplente Edna Sampaio (PT).
Abilio aproveitou para fazer referência ao seu embate anterior: "Agora também estou esperando o abaixo-assinado do pessoal do Conselho da Saúde de Cuiabá reclamando que o Lula é uma pessoa que eles não querem mais aqui porque ele foi contra a linguagem neutra", disse.
POLÊMICA QUE FUROU AS BOLHAS
No final de julho deste ano, Abilio Brunini se envolveu em um embate público com a professora aposentada da UFMT, Maria Inês da Silva Barbosa, durante a 15ª Conferência Municipal de Saúde de Cuiabá.
A professora foi interrompida pelo prefeito ao usar a expressão "todas, todos e todes" em sua fala. Abilio subiu ao palco e classificou o uso da linguagem como "doutrinação ideológica".
O incidente gerou notas de repúdio de diversos entes, incluindo o Conselho Nacional de Saúde (CNS), vinculado ao governo Lula.
Por outro lado, o posicionamento de Abilio foi amplamente defendido pela direita, fazendo-o atingir a marca de mais de um milhão de seguidores nas redes sociais.
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