Um grupo de países declarou apoio oficial ao mapa do caminho proposto pelo Brasil rumo ao fim dos combustíveis fósseis.
O anúncio foi feito nesta terça-feira na COP30 durante um evento convocado pela Dinamarca e com falas de ministros da Alemanha, Reino Unido, Colômbia, Quênia e Serra Leoa.
O número e a relação oficial de países não foram divulgados até a tarde desta terça, mas fala-se em mais de 80.
O ministro do Meio Ambiente da Alemanha, Carsten Schneider, disse que todos estão aprendendo a praticar o mutirão convocado pelo Brasil e que é preciso fazer um mutirão global pelo fim dos combustíveis fósseis.
Ele afirmou que a maioria dos países europeus também apoia o mapa do caminho e pediu à presidência da COP que inclua esse apelo no texto final da conferência.
O secretário de Segurança Energética do Reino Unido, Edward Miliband, disse que essa é uma coalizão do Norte com o Sul Global e que não se pode varrer isso para debaixo do tapete.
Apesar de não ser tema de negociação, o mapa do caminho foi incluído no rascunho da decisão de uma das partes do Pacote de Belém, feito a partir das consultas aos países. O texto propõe uma reunião ministerial para começar a discutir o assunto.
O encaminhamento frustrou ambientalistas. Cláudio Angelo, do Observatório do CLima, considerou uma traição da determinação do presidente Lula de que a COP deveria sair com um mapa do caminho:
"Para fazer reunião ministerial, você não precisa de uma decisão de COP. Então é muito, muito fraco".
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, defendeu o encaminhamento do texto para que os países criem bases para aumentar a produção de renováveis e a eficiência energética:
"Agora, efetivamente, nós estamos endereçando aquilo que foi estabelecido. É um mandato que se está pedindo para poder aterrissar esses esforços"
O texto ainda é provisório e precisa ser aprovado por consenso. A expectativa da presidência da COP é que a primeira parte do Pacote de Belém já tenha um texto final nesta quarta-feira.

















