O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), converteu, nesta segunda-feira (6), a prisão em flagrante do sargento aposentado Dejair Silvestre dos Santos em prisão preventiva. O PM havia sido detido por tentar obstruir um mandado de busca e apreensão na casa do lobista acusado de negociar sentenças, Anderson de Oliveira Gonçalves, em Primavera do Leste (235 km de Cuiabá).
Após sua prisão preventiva, na sexta-feira (3), o advogado de Dejair, Lucas Curvo, emitiu nota lamentando a exposição do sargento Silvestre, mas que o PM estaria “comprometido em colaborar com a Justiça e esclarecer todos os fatos que se fizessem necessários”.
O mandado de busca e apreensão foi cumprido em mais uma fase da Operação Sisamnes, em que havia suspeitas de que Anderson continuaria negociando decisões judiciais mesmo em prisão domiciliar. O lobista ficou oito meses na cadeia, mas foi solto após perder mais de 30% de sua massa corporal, apresentar quadros graves de desnutrição e ideação suicida.
LEIA MAIS: PM continua preso em Cuiabá e Procurador-Geral pede preventiva
O lobista começou a ser investigado pela Polícia Federal após perícia realizada no celular de Roberto Zampieiri, assassinado em dezembro de 2023, quando saía de seu escritório em Cuiabá, apontar conversas comprometedoras entre os dois. Durante as investigações, foram reveladas transferências milionárias para empresas de fachada, uso de dinheiro vivo para pagamentos ilegais e a atuação direta de lobistas. Ele também é suspeito de cooptar servidores do Judiciário em troca da obtenção de informações dos tribunais de diversas instâncias.
LEIA MAIS: PM aposentado é preso por tentar impedir operação na casa de lobista