O juiz Luís Aparecido Bortolussi Júnior, da 3ª Vara Especializada da Fazenda Pública de Cuiabá, recebeu ação de reparação de danos por ato ilícito movida por Tássia Paschoiotto contra o Estado de Mato Grosso. Ela é viúva do tenente do Bope Carlos Henrique Paschoiotto Scheifer, morto durante uma operação do Bope em 2017, em Peixoto de Azevedo (695 km de Cuiabá).
Na ação, a autora pede indenização por danos e o pagamento de pensão vitalícia, incluindo as parcelas vencidas e vincendas. O magistrado também concedeu à requerente o benefício da justiça gratuita.
O magistrado determinou a citação do Estado, por meio de seu procurador, para apresentar contestação no prazo de 30 dias.
O CRIME
Scheifer, do Batalhão de Operações Especiais (Bope) de Mato Grosso, foi morto a tiro durante uma operação policial em 13 de maio de 2017. A missão, realizada em Peixoto de Azevedo, tinha como objetivo desarticular uma quadrilha de assaltantes de banco.
Scheifer foi atingido no abdômen por um disparo de fuzil feito por um colega, o cabo Lucélio Gomes Jacinto. Investigações revelaram que o crime foi uma emboscada. A motivação seria o medo de que Scheifer expusesse irregularidades e mentiras contadas por outros policiais sobre uma operação anterior, incluindo informações falsas em boletins de ocorrência.
Em 2022, Lucélio foi condenado a 20 anos de prisão, mas a pena foi aumentada para 21 anos e 4 meses no ano seguinte. Contudo, em 2024, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso a reduziu para 16 anos. Já os outros dois policiais acusados, o sargento Joailton Lopes de Amorim e o soldado Werney Cavalcante Jovino, foram absolvidos.