O Tribunal do Júri que irá julgar Wellington Honorato dos Santos, acusado do feminicídio de Bruna de Oliveira, de 24 anos, foi remarcado para o dia 27 de janeiro de 2026. A decisão foi tomada pela juíza Regina Sobreira de Oliveira Andrade, da 1ª Vara Criminal de Sinop (a 500 Km de Cuiabá), após o advogado de defesa alegar impedimento por problemas de saúde. O julgamento estava previsto para ocorrer nesta quarta-feira (12).
O crime, considerado de extrema brutalidade, aconteceu em 2 de junho de 2024. Wellington é acusado de assassinar a namorada a facadas, ocasionando sua degola, e posteriormente arrastar o corpo da vítima pelas ruas da cidade, amarrado à traseira de uma moto. Câmeras de segurança registraram o trajeto percorrido pelo acusado até que o corpo de Bruna foi abandonado em um matagal.
Após o homicídio, Wellington fugiu, mas foi localizado e preso em flagrante no dia seguinte, na cidade de Nova Maringá, a 282 km de Sinop. Desde então, ele permanece sob prisão preventiva na Penitenciária Central do Estado (PCE).
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Em sua decisão, a magistrada manteve a custódia do acusado, argumentando que não houve mudança no quadro que justificasse a concessão de liberdade. "Não houve alteração no quadro fático que justifique a restituição da liberdade ao denunciado", afirmou a juíza, baseando-se nos artigos do Código de Processo Penal.
CONTEXTO
De acordo com as investigações e a denúncia do Ministério Público, o crime ocorreu no bairro Parque das Araras, após uma discussão entre o casal. Wellington confessou à polícia que, sob a influência de cocaína e álcool, bateu a cabeça de Bruna no chão até ela desfalecer antes de cometer o feminicídio.
Há ainda indícios de que as desavenças estejam ligadas a facções criminosas, sendo a vítima associada ao Comando Vermelho (CV) e o acusado, à facção PCC (Primeiro Comando da Capital). Esse contexto de rivalidade levou à transferência de Wellington para a penitenciária da capital por questões de segurança e foi um dos motivos para a Justiça determinar que sua participação no júri ocorra por videoconferência, visando a integridade física de todos os envolvidos.
O réu responderá na corte por homicídio qualificado (por motivo fútil e meio cruel) e por ocultação de cadáver. Pedidos da defesa para desclassificar o crime para homicídio privilegiado e retirar a acusação de ocultação do corpo foram rejeitados pela Justiça.

















