O juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, negou pedido do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) para revogar o uso de veículos apreendidos pela Polícia Civil e permitir o leilão antecipado. A decisão, desta terça-feira (11), envolve também imóveis e relógios sequestrados durante a Operação Ragnatela, que investigou a lavagem de dinheiro do Comando Vermelho (CV) em Mato Grosso por meio de shows em casas noturnas em Cuiabá.
O magistrado entendeu que o uso dos veículos pelas forças de segurança “serve diretamente ao interesse público”, pois conserva o valor dos bens e reforça a infraestrutura das instituições. O Ministério Público havia solicitado a alienação antecipada dos automóveis para evitar depreciação, mas o juiz manteve o acautelamento, ou seja, a guarda temporária dos veículos pela Polícia ou órgãos estatais.
Entre os carros acautelados estão modelos como BMW/X1, Dodge Ram 2500 Laramie, Chevrolet S10, Camaro 2SS, Ford Ecosport e Onix 2024.
“Este Juízo tem prestigiado o acautelamento de veículos às forças policiais em detrimento da alienação antecipada antes do trânsito em julgado da sentença final, padrão que se manterá, inclusive, neste processo – ao menos até que o órgão depositário demonstre desinteresse na manutenção do acautelamento”, destacou Bezerra.
Por outro lado, o juiz determinou a venda antecipada de três bens custodiados: um Hyundai HB20 Sedan, um relógio Tissot Seastar e um relógio Bulova Curv 98A206, ambos autênticos. O valor arrecadado ficará depositado à disposição da Justiça.
O juiz também determinou a expedição de ofícios a cartórios de registro de imóveis para envio das matrículas atualizadas de oito propriedades ligadas aos investigados, localizadas em Cuiabá, Várzea Grande e Santo Antônio do Leverger (34 km de Cuiabá). Entre elas, estão apartamentos em condomínios de alto padrão, como o Iguatemi Residence e o Città Dei Fiori, além de chácaras situadas às margens da MT-361.

















