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TENSÃO NO SENADO

Flávio Bolsonaro ataca Gonet e leva “puxão orelha” de Jayme Campos

Durante sabatina da PGR no Senado, Jayme Campos (UB) repreende Flávio Bolsonaro (PL) por constrangimento, após filho de Bolsonaro usar 15 minutos para acusar Gonet de perseguição e conluio com Alexandre de Moraes

Conteúdo Hipernotícias
DA REDAÇÃO

A sabatina de recondução do procurador-Geral da República, Paulo Gonet, ao cargo, realizada nesta quarta-feira (12) no Senado Federal, foi marcada por um momento de tensão e aparente quebra de decoro. O senador mato-grossense Jayme Campos (UB) repreendeu publicamente o senador Flávio Bolsonaro (PL) por ataques de cunho pessoal desferidos contra o sabatinado.

Logo no início da sessão, que durou mais de seis horas, Flávio Bolsonaro utilizou mais de 15 minutos para atacar Gonet. O senador do PL acusou o PGR de agir de forma equivocada, orientado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e de perseguir "pessoas inocentes", incluindo seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e seu irmão, Eduardo Bolsonaro (PL).

O decano político de Mato Grosso, Jayme Campos, se disse constrangido pela conduta de Flávio e exigiu o restabelecimento do decoro na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

"Nós temos que elevar aqui o nível. Acho que o momento não é para isso, fazê-lo de forma leviana. […] Vossa excelência saiu do que está sendo proposto aqui nesta comissão. O senhor está atacando de forma pessoal a autoridade que está sendo sabatinada. Não é um cidadão qualquer que está sendo sabatinado, ele é o Procurador-Geral da República do nosso país", endereçou Jayme a Flávio Bolsonaro.

A fala de Flávio Bolsonaro já havia sido alvo de uma reprimenda do presidente da CCJ, senador Otto Alencar (PSD-BA). Sem citar o nome de Flávio, Alencar declarou: "Chamar a atenção dos senadores que o constrangimento numa arguição, com o meu pior adversário nunca fiz isso," reforçando a necessidade de manter um padrão ético de fala.

Quando Flávio reagiu, mencionando as ações de Gonet que resultaram na condenação de Jair Bolsonaro pelo 8 de janeiro, Alencar respondeu: "eu, filho, não reagiria desta forma, eu iria numa linguagem de padrão ético".

ATAQUES

Nos seus 15 minutos, Flávio não poupou críticas pessoais e profissionais a Paulo Gonet, acusando-o de fragilizar a instituição. Flávio lamentou a recondução de Gonet, acusando-o de aceitar "passivamente" o Ministério Público Federal ser "esculhambado" e de ter "perdido a titularidade da ação penal pública", sendo ignorado por Alexandre de Moraes.

O senador também atacou Gonet por supostamente agir em "conluio, com jogo combinado, manipulação, farsa, perseguição a pessoas inocentes", inluindo o pai e o irmão dele, Jair e Eduardo Bolsonaro, e de ignorar denúncias da direita sobre abuso de poder por parte do STF.

"O senhor não tem vergonha de fazer isso? O senhor consegue chegar em casa e olhar nos olhos da sua esposa e ficar com a consciência tranquila?", disparou.

Gonet, de forma breve, respondeu: "A classe do MPF é composta por mais de 1110 membros, e apoia integralmente a recondução do mandato, parece que não há vergonha". 

OUTROS QUESTIONAMENTOS

Outros senadores de direita, como Magno Malta (PL), questionaram Gonet sobre pautas caras ao bolsonarismo como a inelegibilidade de Jair Bolsonaro e o impeachment de Alexandre de Moraes. O PGR defendeu a lisura e transparência de suas manifestações, baseando-as em premissas jurídicas.

O senador Sergio Moro (UB) questionou as possibilidades de anistia e redução de pena para os condenados pelo 8 de janeiro. Gonet respondeu que, se o Congresso Nacional entender que há excessos nas penas, poderá "promover o ajuste da legislação ao seu sentimento de justiça".

Apesar das manifestações em contrário, o Plenário do Senado aprovou a recondução de Paulo Gonet no comando da PGR por 45 votos a 26. Gonet, indicado pelo presidente Lula (PT), permanecerá no cargo por mais dois anos, até o fim de 2027. 

 

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