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Após meses de desvantagem, a carne suína começa a recuperar terreno frente à carne de frango no mercado brasileiro. Levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) indica que, em outubro, a competitividade da proteína suína voltou a crescer, revertendo o cenário observado desde o meio do ano.
Impacto da gripe aviária no mercado
O desequilíbrio entre as duas carnes teve início em maio de 2025, quando foi registrado um caso de gripe aviária em uma granja comercial no Rio Grande do Sul. O episódio reduziu a confiança dos compradores internacionais e provocou queda nos preços da carne de frango entre junho e setembro.
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Com o produto avícola mais barato, a carne suína perdeu espaço nas prateleiras e nos contratos, já que a diferença de preços favorecia o frango.
Retomada das exportações impulsiona o frango
De acordo com o Cepea, o cenário começou a mudar a partir da segunda quinzena de setembro, quando o Brasil retomou as exportações de carne de frango para a União Europeia, após meses de suspensão. A notícia trouxe novo fôlego ao setor e resultou em reação firme nas cotações da proteína avícola.
A reabertura do mercado europeu estimulou as vendas externas e elevou o ritmo de embarques, principalmente nas regiões Sul e Sudeste.
Outubro marca virada de competitividade
Mesmo com o frango se valorizando novamente, o mês de outubro trouxe uma mudança importante: os preços do suíno vivo começaram a cair, enquanto o frango manteve o movimento de alta.
Essa diferença de trajetória acabou devolvendo competitividade à carne suína, que passou a ser mais atrativa para consumidores e indústrias de processamento. É a primeira vez desde maio que o produto ganha vantagem direta frente à proteína de frango, segundo dados do Cepea.
Efeitos para o consumidor brasileiro
Para o consumidor final, essa oscilação pode trazer novas oportunidades de compra. Com o frango mais caro e o suíno recuando, cortes como lombo, bisteca e pernil tendem a ganhar destaque nas gôndolas e açougues.
Já para os produtores, o cenário exige cautela: a queda nas cotações do suíno reduz margens de lucro, mas o aumento na procura pode equilibrar o mercado nas próximas semanas.