O Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota de alerta consular recomendando que brasileiros recusem propostas de trabalho para atuar em guerras no exterior ao lado de exércitos estrangeiros.
Segundo o comunicado, além de desaconselhar fortemente esse tipo de proposta com fins militares, o Itamaraty informa que a assistência consular pode ser severamente limitada nesses casos, conforme os termos dos contratos assinados entre os voluntários e as forças armadas de outros países.
Nesta semana, a CBN contou o caso de um brasileiro que aceitou uma proposta para atuar na guerra da Ucrânia contra a Rússia. A Embaixada da Ucrânia no Brasil confirmou que Gabriel Pereira, de 21 anos, é considerado oficialmente desaparecido pelo exército ucraniano.
De acordo com a embaixada, o status de desaparecido é atribuído apenas a soldados cujos corpos não são encontrados após batalhas ou ataques com mísseis russos. Por isso, a morte ainda não foi confirmada pelas autoridades.
A família de Gabriel, que vive em Belo Horizonte, recebeu a informação de um colega de batalhão de que o jovem teria morrido em um ataque na fronteira com a Rússia. O último contato dele com os parentes foi no dia 3 de julho, data em que foi mobilizado para a operação.
Diante do relato, os familiares pediram apoio às autoridades brasileiras e ucranianas para confirmar a morte e viabilizar a repatriação do corpo. Gabriel teria ido para a guerra após ver um anúncio de recrutamento nas redes sociais. A postagem prometia salário em dólar, treinamento e equipamentos, mas exigia um investimento inicial de cerca de R$ 3.400 para que o interessado chegasse à Ucrânia.
Sobre o caso, a Polícia Federal informou que não comenta possíveis investigações em andamento.
Apesar da situação, o recrutamento de brasileiros pelas redes sociais continua, mesmo após registros de mortes e desaparecimentos de combatentes. Até agora, nove brasileiros morreram e 17 estão desaparecidos na guerra entre Ucrânia e Rússia.