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Tarifaço

Entidades dos EUA saem em defesa de isenção a alimentos do Brasil

Associações de restaurantes e de bens de consumo reforçam que alguns produtos dos quais dependem são "impossíveis" de se obter no país, dependendo das importações

 
João Nakamura, da CNN, em São Paulo
Foto-A Gazeta
 

Os restaurantes dos EUA relatam estarem "extremamente preocupados" que a imposição de tarifas sobre alimentos e bebidas teria consequências profundas para o setor, que já opera com margens de lucro mínimas, em meio a uma crise que afeta marcas icônicas do país.

Em carta encaminhada ao USTR (Representante Comercial dos Estados Unidos) Jamieson Greer, a NRA (Associação Nacional de Restaurantes) cita nominalmente a dependência dos itens brasileiros.

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 "A imposição de tarifas a parceiros-chave, como o Brasil e a União Europeia, representaria desafios significativos para a cadeia de suprimentos de restaurantes, afetando o custo e a disponibilidade de produtos essenciais como café, carne bovina, vinhos e destilados europeus", escreveu Sean Kennedy, vice-presidente executivo e coordenador de relações públicas da entidade.

A NRA ainda ressalta que os preços da carne bovina já estão em níveis recordes no país, impactando o preço de itens como hambúrgueres e tacos nos cardápios.

Dados do USDA (Departamento de Agricultura dos EUA) mostram que a indústria do gado norte-americana vive um momento complicado: o rebanho nas fazendas de lá é o menor desde o início da série histórica, há meio século.

Apesar do cenário crítico, as entidades dos EUA buscam uma abordagem de não confrontamento à Casa Branca, sinalizando apoio à política de proteção comercial promovida por Trump.

O que defendem é que haja uma "calibragem" na estratégia tarifária adotada pelo republicano para que a cadeia de produção norte-americana não seja afetada pela falta de produtos que o país não é capaz de produzir, como aponta em carta a CBA (Associação de Marcas de Consumo).

No documento endereçado ao próprio presidente dos Estados Unidos, a CEO da entidade, Melissa Hockstad, reforça que "alguns ingredientes e produtos essenciais simplesmente não estão disponíveis nos EUA", listando café, aveia, cacau, especiarias, frutas tropicais e até mesmo um tipo específico de aço utilizado na fabricação de latas de alimentos e produtos domésticos.

"À medida que prossegue com sua agenda de política comercial, acreditamos que há um caminho para elevar sua abordagem sobre tarifas para garantir que elas tenham o impacto máximo sem consequências indevidas sobre os principais fabricantes dos EUA e a natureza composta dos aumentos de preços que os consumidores podem ver no supermercado", escreve Hockstad.

"Apelamos respeitosamente a que conceda isenções pautais agrícolas específicas para proteger os fabricantes americanos que dependem de agricultores e fontes nacionais, mas que ainda têm de recorrer a importações para certos ingredientes e insumos essenciais que, de outra forma, seriam impossíveis de obter."

Sem falar nominalmente em mudanças climáticas, a CBA explica que os acordos de fornecimento são ditados pelas condições de cultivo e "outros fatores" que tornam a produção dos EUA "impossível ou extremamente limitada".

Sobre a produção norte-americana, olhando para a indústria de laranja da Flórida, por exemplo, nota-se que ela já foi mais expressiva.

"Como muitos produtos alimentares essenciais não podem ser cultivados nos EUA durante todo o ano, dependemos de cadeias de abastecimento globais para manter a qualidade, a acessibilidade e a consistência", enfatiza Sean Kennedy, da NRA.

"Tarifas sobre essas importações críticas interromperiam as cadeias de suprimentos, aumentariam os custos para os operadores e, por fim, levariam a preços mais altos nos menus para os consumidores", conclui.

 

Ao justificar o tarifaço, Trump afirmou que esta é uma ação emergencial para os EUA enfrentarem o déficit comercial que tem com seus parceiros. Por outro lado, o Brasil mais compra do que vende aos norte-americanos, e mesmo assim ficou com a tarifa mais elevada.

A NRA utiliza do argumento técnico, indicando que "os produtos alimentares e bebidas não contribuem significativamente para estes défices, [assim] temos esperança de que estes produtos possam ser isentos".

Ambas as entidades também enviaram seus apelos para Brooke Rollins, secretário de Agricultura; e Howard Lutnick, secretário de Comércio.

Com informações de Fernando Nakagawa, da CNN

 

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