Apesar de continuar sendo o investimento mais popular entre os brasileiros, a caderneta de poupança apresentou um saldo negativo de R$ 49,6 bilhões no primeiro semestre de 2025.
Os dados são da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima) e revelam que 32 milhões de pessoas investem exclusivamente na poupança, que hoje rende 0,67% ao mês (0,5% + Taxa Referencial).
De janeiro a junho, os depósitos somaram impressionantes R$ 2,07 trilhões, mas os saques ultrapassaram os aportes, atingindo R$ 2,12 trilhões.
Isso significa que mais dinheiro saiu do que entrou na aplicação, o que não acontecia com tanta intensidade desde 2020. Para comparação, em 2024 o saldo negativo do mesmo período foi de cerca de R$ 3 bilhões — uma diferença significativamente menor.
Em junho de 2025, os depósitos superaram os saques em R$ 2,1 bilhões, mas isso não foi suficiente para reverter o acumulado negativo do semestre.
Segundo economistas, o movimento de “despoupança” tem duas explicações principais: o aumento do endividamento das famílias e a migração de recursos para outras modalidades de renda fixa, que hoje oferecem rentabilidade superior com risco semelhante ao da poupança.
De acordo com o Banco Central, a inadimplência entre pessoas físicas subiu de 5,3% em dezembro para 6,1% em maio, o que demonstra que muitos brasileiros estão recorrendo à poupança para cobrir dívidas ou manter o consumo diante do custo elevado do crédito.
Para os especialistas, a alta taxa de juros encarece empréstimos para compra de imóveis, veículos e outros bens, comprometendo ainda mais o orçamento das famílias. Mas para outros, a caderneta de poupança ainda é considerada um porto seguro.