Pré-campanha de Tarcísio de Freitas já trata a disputa presidencial como plano A

Uma fonte ligada à pré-campanha afirmou à reportagem que a reeleição em São Paulo funciona como “plano B” e só será acionada “se o ambiente eleitoral não se mostrar favorável”.

As articulações avançam enquanto o entorno político de Tarcísio avalia quais partidos podem compor a aliança. Além do Republicanos, são observados movimentos do PL, União Brasil, PP e PSD.

Há pressão para que Tarcísio migre para o PL e forme uma chapa com Michelle Bolsonaro, reforçando o vínculo com o bolsonarismo. Por outro lado, conselheiros defendem que evitar a filiação ao partido de Bolsonaro preservaria a capacidade de atrair o eleitorado de centro, tópico considerado estratégico para uma eleição acirrada.

Outros arranjos também estão no radar. Uma coligação que una PL, União Brasil, PP e Republicanos garantiria um dos maiores tempos de TV do país. Já uma aliança com o PSD abriria espaço para o nome do governador do Paraná, Ratinho Junior, como vice, avaliação vista como vantajosa sobretudo no Nordeste.

Marqueteiros que participam da preparação aconselharam Tarcísio a esperar o termômetro do eleitorado após a prisão de Jair Bolsonaro, antes de firmar discurso e posicionamento: “A reação e a comoção são imprevisíveis. Podem ser fortes, mas podem ser nada. É a pá de cal na força do bolsonarismo na direita”, afirmou um interlocutor à CBN.

Na semana passada, a defesa do ex-presidente solicitou liberação para uma nova visita de Tarcísio a Bolsonaro, em Brasília, pedido autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes para o próximo dia 10 de dezembro. Nos bastidores, a expectativa é de que Bolsonaro use o encontro para indicar o nome de Tarcísio para 2026, movimento que pode ditar o comportamento do eleitorado.

No conteúdo programático, o eixo central da possível campanha ao Planalto deve ser o custo de vida, com críticas ao governo Lula pelo não cumprimento de promessas como a melhora da renda e da alimentação das famílias. Segurança pública, com foco em combate ao crime organizado, será também linha complementar do trabalho.

Embora esteja intensificando críticas ao governo federal, publicamente Tarcísio de Freitas seguirá afirmando que será candidato à reeleição em São Paulo.

Ontem, em uma publicação nas redes sociais, o governador afirmou que basta o Brasil trocar o "CEO" - o cargo mais alto de uma empresa - para voltar a funcionar. O vídeo destaca uma fala feita na última sexta-feira, em um evento do grupo G4 Educação, onde Tarcísio palestrou e foi aplaudido pelo público ao segurar uma bandeira do Brasil.