Em meio à constante luta contra as regras impostas pelo regime autoritário iraniano, mulheres do país encontraram uma nova forma de desafiar o status quo — em um gesto que mistura utilidade e simbologia. Mesmo sem permissão, elas agora ocupam as ruas da capital pilotando scooters e motocicletas, em um ato que troca o hijab pelo capacete.
@merat.behnam/Instagram/Reprodução
Merat Behnam se tornou símbolo da luta com sua scooter amarela
Embora impossibilitadas de tirar a carteira de habilitação, mulheres iranianas aparecem em número cada vez maior nas ruas de Teerã conduzindo scooters e motocicletas. O ato surgiu como forma de aliviar o tempo nos congestionamentos da cidade, mas se transformou em um gesto simbólico de independência.
No país, não existe uma lei explícita que proíbe mulheres de obter carteira de motorista para motocicleta, mas o código de trânsito vigente limita a emissão de licenças apenas para homens.
Do hijab à liberdade
Para além da questão da mobilidade, o aumento de mulheres pilotando motos no Irã evidencia um movimento de redefinição dos papéis femininos no espaço público, fortalecido desde os protestos após a morte de Mahsa Amini em 2022, por supostamente não usar o hijab de forma adequada.
Aos poucos, o hijab dá lugar ao capacete na cabeça das mulheres iranianas, não por imposição, mas como exemplo da escolha pessoal buscada incessantemente pelo povo do país.


















