A senadora Margareth Buzetti (PSD) tem o perfil do Instagram com melhor desempenho comparada aos dos colegas de bancada Jayme Campos (União Brasil) e Wellington Fagundes (PL) segundo mapa digital desenvolvido pelo marqueteiro político Lincoln Xavier. O levantamento avaliou as redes sociais dos 81 senadores e, embora tenha a melhor desenvoltura online entre os senadores mato-grossenses, Buzetti não entrou para o top 10.
Lincoln Xavier baseia a pesquisa em três critérios: número de seguidores, interação e eficiência. Buzetti soma 69,1 mil seguidores e aparece em 56° lugar do ranking. Jayme está à frente nesse quesito, sendo o 50° do mapeamento com 83,3 mil seguidores. Mas a senadora foi melhor nas outras duas métricas, sendo a 38° no ranking de interação e 27° em eficiência. Já o senador Jayme ficou no 41° lugar quanto a interação e 37° em eficiência.
O marqueteiro explicou que o número de seguidores tem relevância, mas a interação é o que de fato determina a eficiência do perfil por indicar o interesse do público na atuação do parlamentar em Brasília e se os posts são reconhecidos como conteúdos de valor. Por isso, a interação é um critério que pesa para determinar o ranking.
"A eficiência é medida pelo número de interações proporcionalmente ao número de vezes que a pessoa posta. Se o senador posta 100 vezes no mês e tem um milhão de interações, a eficiência dele é menor de quem posta 10 vezes e tem o mesmo número de interações", disse Lincoln Xavier à reportagem.
WELLINGTON É ÚLTIMO COLOCADO
Wellington Fagundes é o último colocado da bancada. O senador ficou em 60° lugar no índice de seguidores, 36° de interação e 35° em eficiência.
A rede de Fagundes tem 65,3 mil seguidores. E, o senador mudou o posicionamento, abandonando os banners tradicionais por vídeos autorais para impulsionar o engajamento. A estratégia tem funcionado, ficando evidente no estudo. Entre os três, Fagundes é o melhor colocado quanto à interação, mas ainda não supera os colegas quanto ao número de seguidores, critério de desempate usado pelo ranqueamento.
INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NAS URNAS
Lincoln faz o mapeamento desde 2014. Inicialmente, restrito aos clientes. Mas a partir de 2025 expandiu o projeto para o Congresso, passando a analisar todos os deputados federais e senadores.
O estudo do Senado foi feito entre 1° de janeiro e 31 de agosto. Ao todo, foram mais de 247,9 milhões de interações analisadas. Lincoln compreende as redes como um termômetro para as urnas e usa as métricas como complemento às pesquisas eleitorais.
"Nas eleições, essas métricas são fundamentais para a gente entender e analisar as pesquisas eleitorais. É como se fosse um comparativo. Se na pesquisa o candidato está subindo ou descendo, conseguimos avaliar online se as interações estão subindo ou descendo", disse.
TOP 10 E 'FLOP' 10
Entre os 81 senadores monitorados, Flávio Bolsonaro domina em volume absoluto de interações, enquanto Cleitinho Azevedo se destaca por unir crescimento acelerado da base com alta eficiência em cada post.
Outros nomes, como Magno Malta e Damares Alves, também demonstram força ao combinar narrativas segmentadas com bom retorno proporcional. Perfis como Márcio Bittar e Humberto Costa chamam atenção pelo engajamento elevado em nichos específicos, mesmo com bases menores.
Por outro lado, há senadores que permanecem quase invisíveis no ambiente digital: publicam pouco, ou não conseguem converter sua presença em diálogo real.
