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Deborah Sena-Terra
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) anunciou, por meio de uma carta endereçada ao ministro da Justiça da Itália, Carlo Nordio, que iniciou nesta quinta-feira, 10, uma greve de fome. A parlamentar afirmou que só voltará a se alimentar caso o governo italiano negue sua extradição ao Brasil.
A decisão ocorre um dia após a Justiça da Itália rejeitar o recurso apresentado pela defesa da deputada e manter a prisão enquanto tramita o processo de extradição. Os advogados tentavam converter o regime fechado em uma medida menos restritiva, mas o pedido foi negado.
“Por ter a absoluta certeza de que o senhor não tomou a melhor decisão, começo hoje uma greve de fome que só o senhor pode acabar, negando minha extradição, o que me colocará em liberdade, que é o correto”, escreveu Zambelli na carta. Ela acrescentou esperar que Nordio “não lave as mãos” diante do caso.
A deputada bolsonarista está presa na Itália desde que fugiu do Brasil após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O caso, considerado grave pelo tribunal, resultou em sentença definitiva e motivou o pedido de extradição feito pelo governo brasileiro.
Na correspondência, Zambelli alega ser vítima de perseguição política e sustenta que sua prisão é fruto de uma “decisão injusta e sem provas” do ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no STF.
“Com esse consentimento seu em manter uma cidadã inocente na cadeia, o senhor está de mãos dadas com o próprio demônio e vai se sujar também?”, escreveu a parlamentar ao ministro italiano.
A carta marca mais uma tentativa de pressão política por parte de Zambelli, enquanto o processo de extradição segue em análise no Ministério da Justiça da Itália. O governo brasileiro aguarda a decisão final das autoridades italianas para definir os próximos passos do caso.
Fonte: Portal Terra