A Polícia Federal (PF) anunciou a abertura de uma nova frente de investigação para detalhar a relação entre o lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, investigado no esquema de venda de sentenças no Superior Tribunal de Justiça (STJ), e o grupo empresarial J&F, controlador da JBS. A informações são do jornal O Estadão.
O relatório parcial da PF aponta que diálogos interceptados, transações financeiras e processos no STJ indicam que Andreson foi contratado para atuar em favor da J&F. Sua esposa, a advogada Mirian Ribeiro Gonçalves, também investigada no esquema, foi constituída como defensora em diversas causas do grupo.
O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) detectou R$ 15 milhões transferidos da JBS para o escritório de Mirian. Em uma conversa, Andreson chegou a citar ter recebido R$ 19 milhões do grupo por atuação em um processo no STJ. A PF destaca um diálogo onde o lobista mencionou cifras expressivas e a ligação do processo com o "pessoal do Sr. Zé Mineiro", em referência ao fundador da JBS, José Batista Sobrinho.
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Procurada, a JBS informou que os pagamentos foram realizados a título de honorários por serviços comprovados nos autos, e que o escritório não presta mais serviços à empresa.
A PF ressaltou a complexidade dos elementos probatórios e a necessidade de aprofundar essa vertente em um procedimento investigativo autônomo. As informações foram encaminhadas ao ministro Cristiano Zanin, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF).
A defesa de Andreson de Oliveira Gonçalves não se manifestou.
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