O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), anunciou que na próxima semana vai decretar calamidade financeira na Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Abilio expôs na Câmara que a pasta deve terminar 2025 com déficit de R$ 120 milhões. Todos os meses, conforme o prefeito, a Saúde gasta R$ 35 milhões, mas a receita oficial é de R$ 25 milhões. Por isso, o prefeito vai editar decreto abrindo a pasta a investimentos extraordinários dos governos do Estado e federal.
"A saúde financeira de Cuiabá está muito mal", alertou o prefeito nesta terça-feira (30). "Na Saúde, é o mais grave. Inclusive, eu devo decretar, na semana que vem, um alerta financeiro sobre a saúde de Cuiabá que, infelizmente, não tem como cortar, não tem como parar, não dá para diminuir", disse.
Ao assumir o mandato, uma das primeiras medidas de Abilio foi decretar calamidade financeiras nas contas do Executivo. A vigência do decreto terminou em julho. À época, após apresentar balanço ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), Abilio confirmou que, inicialmente, não iria prorrogar o decreto. Porém, previu dois anos de "aperto financeiro".
Segundo o prefeito, não há como aguardar mais para reconhecer a situação delicada. A secretária foi a que mais custosa à Comissão Econômica aberta pela gestão para suspender e renegociar contratos, além de ser a pasta a qual mais dívidas herdadas da administração do ex-prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) foram pagas.
"Se não pagasse, as empresas parariam. Inclusive, no começo da gestão, vocês viram bastante médicos ameaçando parar, serviços ameaçando parar, falta de medicamentos e tudo isso é investimento que a gente tem que aportar", ressaltou o prefeito.
De acordo com a assessoria da Prefeitura, a Lei Orçamentária Anual (LOA) encaminhada à Câmra apontou déficit fiscal orçamentário de R$ 364 milhões. O levantamento da atual gestão mostra ainda que, entre 2017 e 2024, as despesas da Prefeitura cresceram 135%, enquanto a arrecadação avançou apenas 115%. Nesse período, foram acumulados déficits financeiros da ordem de R$ 518 milhões
"Por mais que a gente está cortando tudo, estamos reduzindo despesas, estamos diminuindo gastos, ainda assim a gente deve chegar a mais de R$ 300 milhões de reais com déficit", admitiu o prefeito.
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