O Gaeco apontou que a organização criminosa desarticulada na Operação Fides Fracta deflagrada nesta quarta-feira (26), funcionava como uma rede familiar e militar, envolvendo policiais da ativa, ex-PMs e pessoas próximas, responsável por movimentar grandes quantias vindas de agiotagem e extorsões. Segundo o delegado Hércules Batista, o grupo criou uma série de empresas de fachada para mascarar o dinheiro obtido com juros abusivos e cobranças violentas, formando uma estrutura que atuava há anos sem chamar atenção pelas vias formais.
Durante a coletiva, o delegado explicou que os policiais, alguns ainda na ativa, atuavam diretamente na cobrança de dívidas e na concessão de empréstimos ilegais. Eles formavam a linha de frente do grupo e davam “força operacional” ao esquema, utilizando a posição funcional para intimidar vítimas e ampliar o alcance das atividades ilícitas.
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“É uma organização composta por PMs, ex-PMs, parentes e pessoas próximas. Cada um tinha um papel definido, desde a captação de clientes até a cobrança e a circulação do dinheiro”, descreveu Hércules.
O delegado explicou que familiares e pessoas próximas também participavam, servindo como “intermediários de confiança”, responsáveis por fazer cobranças, administrar valores e repassar informações internas. Além deles, indivíduos ligados ao grupo assumiam funções financeiras, incluindo o uso de contas, CNPJs e movimentações bancárias voltadas à ocultação dos lucros.
EMPRESAS DE FACHADA
Um dos pilares do esquema era a criação de empresas de fachada, abertas apenas para movimentar recursos ilícitos. Essas empresas, segundo o delegado, não possuíam atividade econômica real: não tinham funcionários, não produziam, e muitas delas sequer existiam fisicamente.
“As empresas não funcionavam de fato. Eram criadas especificamente para circular o dinheiro da agiotagem e dar uma aparência de legalidade ao patrimônio construído pelo grupo”, afirmou Hércules.
A investigação mostrou que várias dessas empresas tinham o mesmo endereço e foram usadas para comprar bens de alto valor, registrar movimentações e justificar renda inexistente. Entre os patrimônios identificados há imóveis, veículos e até um avião, todos incompatíveis com a renda formal dos investigados.
O Gaeco também apontou que a estrutura contava com pessoas responsáveis por organizar documentos, movimentar contas bancárias e auxiliar na lavagem dos valores. Esse núcleo financeiro era essencial para garantir que o esquema operasse sem levantar suspeitas imediatas.
OPERAÇÃO FIDES FRACTA
A Operação Fides Fracta cumpriu 28 mandados de busca e apreensão e 22 ordens de sequestro de bens, com bloqueio judicial de até R$ 1 milhão por investigado. O material apreendido está sendo analisado e pode revelar novos envolvidos.
“Nosso trabalho agora é aprofundar a responsabilidade individual de cada integrante e rastrear todo o patrimônio obtido de forma ilícita. A investigação segue em andamento e outras medidas poderão ser adotadas”, finalizou o delegado.
















