Quarta-feira, 26 de Novembro de 2025
icon-weather
DÓLAR R$ 4,08 |

26 de Novembro de2025


Área Restrita

Polícia Quarta-feira, 26 de Novembro de 2025, 14:24 - A | A

Quarta-feira, 26 de Novembro de 2025, 14h:24 - A | A

OPERAÇÃO FIDES FRACTA

PMs investigados por agiotagem cobravam juros de até 50% e torturavam devedores, aponta Gaeco

Esquema envolvia policiais militares, ex-PMs e familiares em agiotagem, extorsão, violência e lavagem de dinheiro

Conteúdo Hipernotícias
Da Redação

O delegado Hércules Batista, do Gaeco, detalhou que a organização criminosa investigada na Operação Fides Fracta deflagrada nesta quarta-feira (26), era formada por policiais militares da ativa, ex-PMs, familiares e pessoas próximas, estruturada para praticar agiotagem com juros abusivos, extorsão, violência e lavagem de dinheiro. Segundo ele, a investigação amadureceu ao longo de vários anos e revelou um esquema de alto lucro sustentado por intimidação e brutalidade.

Em coletiva, Hércules explicou que os empréstimos concedidos pelos investigados chegavam a 50% de juros ao mês, enquanto pessoas próximas, especialmente colegas militares, pagavam juros simbólicos de 15%.

✅ Clique aqui para seguir o canal do CliqueF5 no WhatsApp

Clique aqui para entrar no grupo de whatsapp 

 
 

"Essa organização era muito bem estruturada, tendo como líder um ex-policial militar, mas também como integrantes policiais ativa, também da Polícia Militar. A investigação já demonstra que alguns empréstimos chegavam ao absurdo de 50% de juros ao mês. Então, ficou demonstrado também que, para os colegas (militares), eles cobravam juros simbólicos de 15%. Então era uma busca ao lucro, a todo custo, e o emprego de todos os meios para a concepção dos objetivos da organização, que era uma elevação patrimonial absurda, exponencial, que chegou a patamares e movimentações milionárias." disse o delegado.

LEIA MAIS: PMs viram alvo do Gaeco em operação que investiga extorsão, agiotagem e lavagem de dinheiro

Entre os casos apurados, o Gaeco confirmou a ocorrência de tortura praticada por vários integrantes contra uma vítima que não havia quitado a dívida.

“Há um episódio em que uma vítima foi torturada por membros da organização para reaver o dinheiro. Além da extorsão, existia violência direta, inclusive física”, disse Hércules.

O delegado destacou que o esquema funcionava como uma cadeia de lucros, envolvendo militares da ativa e ex-militares, além de familiares e amigos que atuavam como cobradores e operadores financeiros.

Segundo ele, a maior parte dos investigados recebia apenas remuneração como policial militar, mas apresentavam movimentações milionárias e patrimônio incompatível, incluindo veículos, imóveis e até um avião ligado a um dos alvos.

 “Houve enriquecimento exponencial. São bens de altíssimo valor que não se explicam pela renda formal. É um patrimônio que se formou à margem da lei”, reforçou.

Hércules explicou ainda que parte do dinheiro ilícito era movimentado por meio de empresas de fachada, criadas apenas para dar aparência de legalidade ao fluxo financeiro do grupo. Muitas delas não tinham funcionários e nem funcionamento real.

 “Essas empresas só existiam para circular o dinheiro da agiotagem. Não havia atividade econômica legítima, era tudo construído para esconder a origem dos valores”, afirmou.

A operação cumpriu 28 mandados de busca e apreensão e 22 ordens de sequestro de bens, incluindo imóveis, veículos e contas bancárias, com bloqueio de até R$ 1 milhão por investigado.

 Ao final, o delegado destacou que a investigação segue avançando com base no vasto material apreendido.

“Estamos aprofundando cada elemento para identificar a conduta individual de todos os envolvidos. A apuração continua e outras medidas podem ser tomadas”, concluiu Hércules.

Comente esta notícia

Rua Rondonópolis - Centro - 91 - Primavera do Leste - MT

(66) 3498-1615

[email protected]