A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou, na manhã desta quarta-feira (26), a Operação Ignis Justiça, uma força-tarefa que desmontou um esquema sofisticado de furto de energia, estelionato por adulteração de medidores, fraude processual e corrupção. A ação envolve um empresário de Lucas do Rio Verde (333 km de Cuiabá) e empresas ligadas a ele dentro e fora do município.
Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão e três de prisão preventiva, direcionados a quatro investigados. Entre os alvos estão um engenheiro, um ex-funcionário da concessionária de energia e um empresário do agronegócio, todos suspeitos de manipular profissionalmente sistemas para viabilizar as fraudes.
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Conduzida pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf) de Lucas do Rio Verde, a operação é resultado de uma investigação técnica e minuciosa, que se estendeu por meses e desarticulou um grupo que utilizava métodos avançados e conhecimento interno para desviar energia em larga escala.
Os mandados foram cumpridos em três unidades do grupo empresarial, sendo uma no setor industrial de Lucas do Rio Verde, outra na zona rural, sentido Sorriso, a cerca de 15 km da cidade, e a terceira no próprio município de Sorriso, além das residências dos investigados.
Equipes da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) e da Energisa acompanharam a ação, realizando perícias simultâneas nos locais suspeitos. A fraude nas empresas do ramo agroindustrial ocorria há meses e pode ter causado prejuízo milionário.
INVESTIGAÇÕES
As apurações indicam que o grupo estruturou um sistema altamente elaborado para reduzir artificialmente o consumo real de energia de empresas com grande movimentação financeira. Entre os envolvidos estavam o engenheiro eletricista, responsável pelas alterações técnicas ilegais; um ex-funcionário terceirizado da concessionária, que usava acesso privilegiado para facilitar a fraude; e o empresário proprietário das unidades beneficiadas.
Foi constatado que os crimes ocorreram em continuidade delitiva, ou seja, de forma prolongada, e não em um ato isolado. Assim, o faturamento que deveria retornar à concessionária e, indiretamente, à população, era desviado para benefício privado, sustentando o esquema.
Segundo a delegada responsável, Paula Moreira Barbosa, o dinheiro que deveria fortalecer o sistema energético estava sendo drenado para financiar irregularidades dentro dessas empresas.
“Não é um furto simples. Estamos diante de um crime altamente profissionalizado que gera impacto econômico milionário. Agora, com a materialização completa das provas, seguimos para aprofundar a investigação e identificar possíveis ramificações desse esquema”, destacou a delegada.
Ela acrescenta que casos de furto de energia em grande escala vêm sendo investigados em diversos municípios mato-grossenses, mas, neste caso, chama atenção a sofisticação e o nível técnico da operação criminosa, que utilizava profissionais qualificados e conhecimento interno para manter o esquema.
“É um crime grave, que prejudica a concessionária, a população e gera perdas gigantescas. A Polícia Civil continuará firme no combate a esse tipo de fraude”, finalizou.
















