A Polícia Federal descobriu no notebook do lobista Andreson de Oliveira Gonçalves evidências de que ele forjou documentos do Superior Tribunal de Justiça (STJ) com a intenção de extorquir o empresário e produtor rural de Rondonópolis Nelson Vigolo. As informações são do site Estadão.
Andreson usava documentos com a marca d'água do STJ para dar a impressão de que eram verdadeiros. A PF encontrou arquivos falsos, como um suposto pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para prender Vigolo e uma decisão falsa do ministro Og Fernandes sobre o caso.
Na verdade, a PGR nunca pediu a prisão do empresário. A suspeita é que Andreson criou esses documentos falsos para pressionar Nelson Vigolo a fechar um contrato de R$ 3 milhões com o escritório de advocacia de sua esposa.
Inicialmente, a PF investigou se Andreson tinha recebido documentos sigilosos do chefe de gabinete do ministro, Rodrigo Falcão, mas nenhuma evidência de ligação entre os dois foi encontrada.
O empresário Nelson Vigolo confirmou ter sido procurado por Andreson, mas disse que não fechou negócio. A defesa do lobista e o gabinete do ministro não se manifestaram sobre o ocorrido.
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Documento falso do STJ encontrado na casa do lobista
O lobista começou a ser investigado pela Polícia Federal após perícia realizada no celular de Roberto Zampieiri, assassinado em dezembro de 2023 quando saía de seu escritório em Cuiabá apontar conversas comprometedoras entre os dois. Já durante a Operação Sisamnes foram reveladas transferências milionárias para empresas de fachada, uso de dinheiro vivo para pagamentos ilegais e a atuação direta de lobistas.
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OPERAÇÃO FAROESTE
Em 2023, Vigolo, da Bom Jesus Agropecuária, firmou acordo de colaboração premiada com a Procuradoria Geral da República (PGR) por participação em esquema de compra de sentenças judiciais em disputas por terras, conforme apurado pela Operação Faroeste. Na época, ele se comprometeu a devolver R$ 20 milhões aos cofres públicos.