A juíza Alethea Assunção Santos, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, determinou o levantamento do sequestro judicial de um veículo Hyundai Creta, em favor de Nadson Kleiton Pinto de Souza. De acordo com a decisão, desta quarta-feira (7), ele comprovou ter adquirido o automóvel de forma regular e antes de sua apreensão na Operação Fair Play, por supostamente pertencer a Andrew Nickolas Marques dos Santos, um dos braços direito de Paulo Witer Farias Paelo, o WT, considerado o contador do Comando Vermelho no estado.
Segundo os autos, Nadson comprou o carro por R$ 124.900,00 no dia 17 de maio de 2024, na empresa Savio Locadora de Veículos. No entanto, o veículo foi alvo do sequestro em 27 de novembro do mesmo ano, no curso da operação que era um desdobramento da Apito Final, envolvendo Andrew Nickolas, WT e outros acusados.
O comprador, ao descobrir a restrição judicial, ingressou com embargos de terceiro e apresentou comprovantes de pagamento, contrato de compra e venda, e demais documentos que atestavam a legalidade da transação. O Ministério Público do Estado de Mato Grosso se manifestou favoravelmente ao pedido, reconhecendo que o embargante é um terceiro de boa-fé e que não há indícios de envolvimento com os crimes investigados.
“Diante do exposto, verifica-se que o embargante é terceiro adquirente de boa-fé e de que a medida de sequestro que recaiu sobre o automóvel deve ser desconstituída. Ante o exposto e em consonância com o parecer ministerial, julgo procedente os presentes embargos de terceiro, para determinar o levantamento do sequestro sobre o automóvel”, destacou a magistrada na sentença.
BRAÇO DIREITO
Andrew Nickolas é acusado de operar uma empresa de fachada, a A.N.M. Dos Santos, para lavar dinheiro do tráfico de drogas do Comando Vermelho em Cuiabá. As investigações da Polícia Civil revelaram que a empresa, supostamente um centro automotivo, apresentava movimentações financeiras suspeitas, como depósitos fracionados e em espécie, incompatíveis com a atividade declarada.
Andrew e WT foram alvos da Operação Fair Play, e os indícios apontam que a estrutura empresarial era usada para disfarçar a origem ilícita dos recursos. A empresa também participou da compra de um apartamento de luxo em Itapema (SC), avaliado em R$ 1 milhão, pago parcialmente com transferências fracionadas.