Felipe Gonçalves da Silva, de 21 anos, foi assassinado a tiros no bairro Carrapicho, em Várzea Grande. Nesta terça-feira (26), às 9h, quase cinco anos após o crime, o principal suspeito, Rafael Henrique Gonçalves Poloni, que é primo da vítima por parte de pai, irá a júri popular. Com o isso, a família espera que, finalmente, a verdade venha à tona.
Reprodução

Felipe com a filha.
O jovem, que foi assassinado em uma emboscada, era descrito como alegre, trabalhador e sem envolvimento com crimes. Além de atuar como barbeiro em salões e a domicílio, ele vendia produtos para barbearia. A tragédia não só o tirou de sua mãe, que nunca mais foi a mesma, como também o impediu de ver a filha crescer. Na época do crime, a menina tinha quase três anos e, hoje, tem sete.
A mãe e os oito irmãos de Felipe, incluindo a irmã Ana Paula Silva, que conversou com HNT, estarão no Tribunal do Júri de Cuiabá para acompanhar a sessão e, quem sabe, ter a chance de fazer uma pergunta crucial.
"Espero ter a oportunidade de perguntar o real motivo e ter a verdadeira resposta amanhã", afirmou a irmã da vítima.
Segundo o inquérito policial, Felipe foi atraído para o local do crime através de um perfil falso no Instagram. O suspeito se passou por uma mulher chamada com um perfil fake no Instagram.
A investigação revelou que o perfil foi criado pelo primo da vítima, que só confessou o crime após ser confrontado com as provas. A família, abalada e desolada, rompeu laços com a mãe do suspeito. Ela por sua vez, era tia e muito próxima de Felipe, e chegou a organizar o chá de bebê da filha dele.
O caso
Arquivo Pessoal

Última foto de Felipe (à direira com camiseta cinza) com a mãe e os irmãos, um mês antes de ser executado.
De acordo com o inquérito policial, o assassinato ocorreu por volta das 21h do dia 1º de dezembro de 2020. Felipe foi encontrado caído em uma rua sem asfalto, ao lado de sua motocicleta e de todos os pertences, incluindo documentos e dinheiro, com uma perfuração de arma de fogo na cabeça.
No local do crime, nenhuma testemunha foi encontrada. O caso, inicialmente sem pistas, teve uma reviravolta com a ajuda do enteado de Felipe e de seu irmão. Os dois conseguiram acessar as conversas do Instagram da vítima.
E encontraram mensagens entre Felipe e o perfil chamado falso, que marcou um encontro com a vítima no local e horário do crime, e após o assassinato, o perfil bloqueou a vítima.
A família, desde o início, suspeitou que o crime fosse de origem passional ou por motivo de inveja. E a revelação de que o crime teria sido cometido pelo primo da vítima foi recebido com surpresa e aumentando a águstia por respostas. Vítima e algoz moravam a cerca de 5 minutos de distância em Várzea Grande.