Por Patrícia Marques, Bruno Tavares, TV Globo e g1 SP — São Paulo
Foto-Massa.com.br
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Um dos suspeitos de participar da execução do ex-delegado-geral de São Paulo Ruy Ferraz Fontes foi morto nesta terça-feira (30) durante troca de tiros com policiais no Paraná. A informação foi confirmada à TV Globo pela Polícia Civil paulista.
Ruy foi assassinado a tiros em uma emboscada no dia 15 de setembro em Praia Grande, na Baixada Santista. Umberto Alberto Gomes tinha 39 anos e era procurado pela polícia de São Paulo por envolvimento no homicídio do ex-delegado.
Umberto morreu após confronto com policiais paulistas e paranaenses em São José dos Pinhais (cidade vizinha a Curitiba, capital do Paraná), segundo as forças de segurança de São Paulo. Ele estava escondido num conjunto habitacional popular e reagiu à prisão, de acordo com as autoridades.
Suspeito foi morto em confronto, diz polícia
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Umberto Alberto Gomes — Foto: Reprodução
"Comunico que Umberto que estava procurado pelo DHPP [Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa] por ter tido participação na ação da Praia Grande entrou em confronto com equipe da polícia civil do Paraná e com equipe do DEIC [Departamento Estadual de Investigações Criminais] e morreu", informa nota divulgada pela Polícia Civil de São Paulo.
A Justiça tinha decretado a prisão temporária de Umberto, que estava foragido. Segundo a investigação foram encontradas digitais do suspeito numa segunda casa em Mongaguá usada pelos criminosos envolvidos no homicídio de Ruy."Um criminoso com passagens por roubo e organização criminosa foi identificado como possível atirador do assassinato do Dr. Ruy Ferraz Fontes. Ele fugiu para o Paraná, mas equipes da Polícia Civil o localizaram. Ele resistiu à prisão. Graças a Deus, nossos policiais estão bem", escreveu Guilherme Derrite, secretário da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), em suas redes sociais.
'Necessidade de neutralizá-lo', diz delegado
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Local onde Umberto Alberto Gomes foi morto após confronto com policiais de SP e do PR — Foto: Divulgação/Polícia Civil de SP
Segundo o atual delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Artur Dian, os policiais paulistas foram para o Paraná no sábado (27) em busca de Umberto.
"As diligências perduraram até hoje, e no momento da prisão, esse indivíduo preferiu entrar em confronto com os policiais aqui de São Paulo com o apoio dos policiais do Paraná e foi neutralizado... necessidade de neutralizá-lo para que os policiais saíssem bem", falou Dian.
A defesa de Umberto não foi localizada pela TV Globo até a última atualização desta reportagem.
Quem são os 7 identificados
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Suspeitos de participação da morte do ex-delegado-geral de SP — Foto: Divulgação/Polícia Civil
Até o momento, quatro pessoas foram identificadas e presas por envolvimento no assassinato de Ruy. A polícia também identificou outras três pessoas, que tiveram as prisões decretadas e são procuradas.
Veja abaixo quem são os sete suspeitos identificados:
- Felipe Avelino da Silva (foragido), conhecido no Primeiro Comando da Capital (PCC) como Mascherano, teve o DNA encontrado em um dos carros usados no crime;
- Flávio Henrique Ferreira de Souza (foragido), de 24 anos, também teve o DNA encontrado em um dos carros;
- Luis Antonio Rodrigues de Miranda (foragido) é procurado por suspeita de ter ordenado que uma mulher fosse buscar um dos fuzis usados no crime;
- Willian Silva Marques (preso e sem foto), dono da casa em Praia Grande de onde teria saído um fuzil que pode ter sido usado no crime, se entregou à polícia no domingo (21);
- Dahesly Oliveira Pires (presa) foi presa na quinta (18) por suspeita de ser a mulher que foi buscar o fuzil na Baixada Santista;
- Luiz Henrique Santos Batista (preso), conhecido como Fofão, está envolvido, segundo a polícia, na logística da morte do ex-delegado. Ele teria dado carona para que um dos criminosos fugisse da cena do crime e foi preso nesta sexta (19);
- Rafael Marcell Dias Simões (preso), conhecido como Jaguar, foi preso neste sábado (20) após se entregar à polícia em São Vicente, no litoral;
Quem tiver informações que possam levar às prisões dos foragidos pode telefonar para o Disque-Denúncia pelo número 181. Não é preciso se identificar.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública, os laudos periciais sobre o caso do ex-delegado ainda estão em elaboração.
Chefe do PCC é investigado
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Fernando Gonçalves dos Santos, o "Azul" ou "Colorido" — Foto: Reprodução
Além dos suspeitos acima que tiveram as prisões decretadas, o Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa também investiga se Fernando Gonçalves dos Santos, conhecido "Azul" ou "Colorido", teve algum envolvimento no caso (foto abaixo).
Ele é apontado como um dos chefes do PCC na Baixada Santista.
Uma das linhas de investigação é a de que o ex-delegado foi assassinado pelo PCC por seu histórico de combate à facção, que comanda o tráfico de drogas no estado e já o ameaçou de morte.
O ex-delegado tinha 64 anos e foi um dos responsáveis pela prisão de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, uma das principais lideranças do PCC.
A outra hipótese é a de que Ruy possa ter sido vítima de uma emboscada e morto pelo PCC em razão do seu trabalho como secretário da Administração em Praia Grande.
O secretário da pasta da Segurança Derrite disse neste mês à imprensa não ter dúvidas do envolvimento do PCC na execução do ex-delegado.
De acordo com Derrite, "a dúvida é se a execução foi motivada por combate ao crime organizado durante toda a carreira do delegado ou por conta da atuação atual como secretario na Praia Grande".
O que dizem as defesas
Ex-delegado dirigia carro da esposa quando foi executado, o dele estava sendo blindado
A defesa de William Silva Marques afirmou que permanece à inteira disposição da autoridade policial para prestar todos os esclarecimentos necessários no âmbito das investigações em curso e que havia sido agendado depoimento para o dia 18, mas a oitiva foi cancelada pela própria autoridade policial.
"É importante ressaltar que o proprietário não possui qualquer relação com os fatos investigados, tampouco qualquer intenção de se furtar aos esclarecimentos, colocando-se desde já à disposição para contribuir com a elucidação do ocorrido", disse.
A defesa de Dahesly informou que não iria se pronunciar neste momento. Já as defesas dos outros suspeitos não foram localizadas pelo g1.

Conheça as linhas de investigação do assassinato do ex-delegado geral Ruy Ferraz Fontes