O grupo terrorista Hamas anunciou que está avaliando o plano de paz para Gaza apresentado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Segundo o grupo, que controla o enclave palestino, a definição não será tomada rapidamente e pode durar muitos dias. A afirmação foi revelada por um representante do grupo à AFP de forma anônima.
'O Hamas inicia uma série de consultas entre seus dirigentes políticos e militares, tanto dentro como fora da Palestina. As conversas podem durar vários dias, por conta da complexidade, em particular para coordenar a comunicação entre os membros da liderança e os movimentos', disse o integrante.
Uma reunião está planejada para esta terça-feira (30) com Catar, Hamas e Turquia para discutir a proposta. A expectativa é que uma resposta inicial apareça.
O ministério das Relações Exteriores do Catar disse que a delegação do grupo prometeu estudar o plano de 'maneira responsável'. A informação foi divulgada pelo porta-voz, Majed al-Ansari.
A proposta prevê anistia para os terroristas do Hamas que entregarem as armas; libertação de todos os reféns israelenses em 72 horas após o acordo; e a presença de uma força militar internacional para o território palestino.
Assim que todos os reféns forem libertados, Israel libertará 250 prisioneiros condenados à prisão perpétua, além de 1.700 moradores de Gaza que foram detidos após 7 de outubro de 2023, incluindo todas as mulheres e crianças detidas naquele contexto.
A proposta foi anunciada por Donald Trimp na Casa Branca após uma reunião com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que já aceitou o acordo, desenhado com a contribuição dos países árabes e europeus.
O plano de paz tem 20 pontos e prevê o fim imediato da guerra; e o estabelecimento de um governo de transição formado por palestinos e especialistas internacionais, que vai responder a um Conselho da Paz comandado pelo presidente Donald Trump.
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Bombardeios por Israel na Cidade de Gaza. — Foto: MENAHEM KAHANA / AFP
A iniciativa também prevê discussões para a formação de um Estado palestino no futuro, sem nenhuma participação do Hamas.
Pela proposta de Donald Trump, ninguém será forçado a deixar a Faixa de Gaza, e aqueles que desejarem sair serão livres para fazê-lo e retornar.
Toda a infraestrutura militar, terrorista e ofensiva, incluindo túneis e instalações de produção de armas, será destruída e não reconstruída.
Também haverá um processo de desmilitarização do território sob a supervisão de monitores independentes.
O presidente americano afirmou que, se o grupo terrorista rejeitar o plano para o fim da guerra, Israel vai ter todo o apoio dos Estados Unidos para destruí-lo.
A autoridade Palestina manifestou apoio ao plano de Donald Trump, assim como Itália, França e Reino Unido.
Os governos de países árabes, como Arábia Saudita, Jordânia, Emirados Árabes Unidos, Egito e Catar, disseram - em um comunicado conjunto - que estão prontos para implementar o acordo.
Netanyahu diz que Israel ficará no local
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Donald Trump e Benjamin Netanyahu em encontro na Casa Branca — Foto: ALEX WONG / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP
Em uma publicação no seu canal do Telegram nesta terça-feira (30), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que as Forças de Defesa do país vão permanecer na Faixa de Gaza com o plano discutido em implementação com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Ele afirmou que as forças israelenses vão recuperar 'todos os nossos reféns, vivos e bem, enquanto permanecerá na maior parte da Faixa de Gaza'.
'Foi uma visita histórica. Em vez de o Hamas nos levar ao isolamento, nós invertemos a situação e isolamos o Hamas . Agora, o mundo inteiro, incluindo o mundo árabe e muçulmano , está pressionando o Hamas a aceitar as condições que estabelecemos em conjunto com o Presidente Trump : libertar todos os nossos sequestrados – vivos e mortos – enquanto as Forças de Defesa de Israel (IDF) permanecem na maior parte do território'.