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Protestos em Madagascar

Jovens da geração Z exigem saída do presidente em meio à crise social

Centenas de manifestantes se reuniram nesta terça-feira (30) em Antananarivo, capital de Madagascar, para exigir a renúncia do presidente Andry Rajoelina

Administração

Por:
RFI 

Foto-Pravda

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Centenas de manifestantes se reuniram nesta terça-feira (30) em Antananarivo, capital de Madagascar, para exigir a renúncia do presidente Andry Rajoelina. Os protestos, organizados principalmente pela geração Z — altamente ativa nas redes sociais — foram motivados por cortes recorrentes de água e eletricidade, além de denúncias de corrupção.

Apesar do pedido de desculpas feito pelo presidente na noite anterior, transmitido ao vivo pela televisão nacional, os manifestantes não se mostraram convencidos. O anúncio da demissão do governo também não foi suficiente para conter a revolta.

Desde quinta-feira (25), ao menos 22 pessoas morreram e mais de 100 ficaram feridas, segundo relatório do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH). O documento afirma que "manifestantes e pedestres foram mortos por membros das forças de segurança" e outros "durante a violência generalizada e os saques que se seguiram". Esses números, no entanto, são contestados pelo Ministério das Relações Exteriores de Madagascar.

A insatisfação popular reflete uma crise mais profunda. Em 2022, quase 75% da população vivia abaixo da linha da pobreza, segundo o Banco Mundial. A ONG Transparência Internacional classifica Madagascar em 140º lugar entre 180 países em seu Índice de Percepção da Corrupção.

Cenário de desesperança
"Já houve manifestações de jovens no país em 1991 e a repressão que vemos hoje se parece com o que ocorreu na época", lembra o sociólogo Jean-Michel Wachsberger, professor e pesquisador da Universidade de Lille. "Não está claro como derrubar o governo poderá responder aos anseios da população para resolver os problemas reportados pelos jovens do país", aponta o especialista. 

Segundo Wachsberger, os jovens madagascarenses enfrentam um cenário de desesperança. "A juventude de Madagascar está desesperada. Os jovens estão pessimistas quanto ao futuro do país, eles têm dificuldade para conseguir emprego: 42% dos jovens de menos de 35 anos estão procurando trabalho. A situação dos estudantes é também preocupante, pois eles não têm perspectiva". Ele acrescenta: "Além disso, há um problema de redistribuição das riquezas. A pobreza aumenta nas zonas urbanas e há uma insatisfação massiva".

O professor também ressalta que os jovens da geração Z estão conectados ao mundo e se inspiram em movimentos internacionais, como os protestos recentes no Nepal.

A ativista Masova, de 30 anos, que preferiu usar um pseudônimo por medo de represálias, declarou à AFP: "Vencemos uma pequena batalha desde que o presidente dissolveu o governo. Nós realmente queremos mudança, o Estado de Direito, justiça para todos. É por isso que não é mais apenas um movimento da geração Z".

(RFI e AFP)

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