O senador Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, sugeriu que os Estados Unidos bombardeassem barcos 'inundando o Brasil com drogas' na costa do Rio de Janeiro.
A afirmação foi publicada nas redes sociais, republicando um vídeo do secretário de Guerra, Pete Hegseth, em que mostra o bombardeio a uma embarcação no Pacífico. O caso vem gerando tensão com a Colômbia e a Venezuela.
'Que inveja! (...) Você não gostaria de passar alguns meses aqui nos ajudando a combater essas organizações terroristas?', questionou.
Flávio Bolsonaro é atualmente presidente da Comissão de Segurança Pública do Senado. Ele foi eleito em fevereiro e ficará no cargo por dois anos.
Em uma publicação nas redes sociais, o secretário de Guerra dos Estados Unidos, Pete Hegseth, justificou o ataque a novas embarcações no Pacífico nessa quarta (22) e quinta-feira (23).
Ele escreveu que são organizações 'terroristas' que traficam drogas para os Estados Unidos e outros países da região. Segundo secretário, os EUA já sabiam que 'embarcação estava envolvida no contrabando ilícito de narcóticos, transitava por uma rota conhecida de narcotráfico e transportava entorpecentes'. Três pessoas morreram.
Hegseth disse que essas organizações de narcotraficantes são a 'Al-Qaeda do nosso hemisfério e não escaparão da justiça'.
'Nós os encontraremos e os mataremos, até que a ameaça ao povo americano seja extinta', completou.
Em uma nota divulgada após novos ataques a uma embarcação do Caribe, o governo colombiano pediu para que os Estados Unidos interrompa e respeite as 'normas ditadas pelo direito internacional'.
O texto foi divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores, que ainda afirmou rejeitar a 'destruição de uma embarcação supostamente relacionada ao narcotráfico no Oceano Pacífico por parte dos Estados Unidos'.
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, admitiu que deve processar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após novas acusações de que ele seria um 'bandido' e que estaria envolvido com o tráfico de drogas no país.
Petro escreveu que se defenderia das 'calúnias' nos 'tribunais americanos'.
'Em relação à calúnia lançada contra mim em solo americano por autoridades de alto escalão, me defenderei legalmente com advogados americanos nos tribunais dos EUA. Sempre serei contra genocídios e assassinatos cometidos por pessoas poderosas no Caribe. Quando precisarem de nossa ajuda para combater o tráfico de drogas, a sociedade americana a terá', escreveu.
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Donald Trump e Gustavo Petro — Foto: Jim WATSON, Yuri CORTEZ / AFP
Trump insultou Petro novamente durante uma conversa com repórteres na Casa Branca. Depois de o chamar de 'chefão do tráfico' no fim de semana, ele insistiu nessa quarta-feira (22) que ele 'produz muita droga'.
'É melhor ele tomar cuidado, ou tomaremos medidas muito severas contra ele e seu país', completou, ainda afirmando que os subsídios para o país sul-americano foram cortados.
Posteriormente, Petro também comentou nas redes sociais os novos ataques dos Estados Unidos e outra embarcação na região do Pacífico. No caso, três pessoas morreram.
O anúncio foi feito pelo secretário de Guerra, Pete Hegseth, em publicação nas redes sociais. Segundo ele, o ataque, cujo objetivo é atingir o tráfico de drogas, segundo os Estados Unidos, teria sido autorizado pelo presidente dos EUA.
Gustavo Petro afirmou que não sabia se o barco no Pacífico era equatoriano ou colombiano. Independente disso, segundo ele, 'ainda é assassinato'.
Ele também relacionou que os ataques a embarcações na região visam atingir diretamente as eleições colombianas em 2026.
'A magnitude do insulto de Trump à Colômbia e a mim mesmo não visa mais alcançar uma estratégia antidrogas eficaz, mas sim afetar as eleições colombianas do ano que vem, buscando novamente a vitória da extrema-direita, forte e comprovadamente ligada ao narcotráfico, mas obediente em obedecer às invasões', acusou.
A declaração do presidente colombiano afirma que a estratégia dos EUA está falhando e que 'lançar mísseis em barcos, seja no Caribe ou no Pacífico, não impede o tráfico de cocaína' e, em vez disso, faz com que o país viole o direito internacional.
Em resposta, ele afirmou que a Colômbia desenvolveu uma 'estratégia eficaz' focada em 'controlar portos e enseadas com forças nacionais', já que a cocaína no Pacífico 'é enviada por navios mercantes'. Ele também explicou as ações que o governo nacional tomou para combater esse problema.
'O governo colombiano continuará colaborando na luta contra o narcotráfico , aumentando sua experiência e transferindo-a a qualquer governo que esteja disposto a colaborar com a Colômbia sem destruir a democracia e sem intervir na política interna dos países parceiros', finalizou.