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'entraram de vez no caminho da guerra'

Governo russo diz que EUA são inimigos

Nova ameaça feita por Dmitry Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia e aliado do presidente Putin, ocorre após sanções econômicas dos EUA e suspensão de encontro com Trump para discutir fim da guerra na Ucrânia

Administração

O ex-presidente russo Dmitry Medvedev, aliado de Vladimir Putin, disse nesta quinta-feira (23) que os Estados Unidos são inimigos da Rússia e que o governo Trump "entrou de vez no caminho da guerra" contra o país. 

"O cancelamento da cúpula em Budapeste por Trump. Novas sanções contra o nosso país por parte dos EUA. O que mais? Haverá novas armas, além dos infames [mísseis] 'Tomahawks'? (...) Os EUA são nosso inimigo, e o seu falastrão 'pacificador' [Trump] agora entrou de vez no caminho da guerra contra a Rússia. (...) As decisões tomadas são um ato de guerra contra a Rússia. E agora Trump se solidarizou completamente com a insana Europa", afirmou Medvedev. 

As novas ameaças de Medvedev, que também é vice-presidente do Conselho de Segurança russo, ocorrem após sanções econômicas do Tesouro americano contra as duas maiores empresas petrolíferas da Rússia por conta "da recusa do presidente Putin em encerrar essa guerra sem sentido", segundo o governo americano. 

As sanções econômicas foram adotadas após o cancelamento de um novo encontro entre Trump e Putin para discutir o fim da guerra da Ucrânia, que completará quatro anos em fevereiro, e podem conotar certa frustração do presidente dos EUA com a dificuldade de negociar com o líder russo.

Também na quarta-feira, a Rússia realizou um grande exercício militar com uso de armas nucleares. Segundo o governo russo, foram lançados mísseis balísticos com capacidade de carregar ogivas nucleares a partir de bases terrestres, submarinos e aeronaves. Alguns dos mísseis utilizados têm alcance para atingir os EUA. 

Sanções econômicas 

Trump condiciona sanções à Rússia a fim de compra de petróleo pela Otan 

As sanções econômicas impostas pelo governo dos EUA à Rússia na quarta-feira (22) atingiram as petrolíferas russas Lukoil e Rosneft — as maiores do país — e ocorre em meio ao crescente descontentamento de Trump com o presidente Vladimir Putin em relação ao conflito.

Esta foi a primeira rodada de sanções aplicada à Rússia devido à guerra contra a Ucrânia no segundo mandato de Donald Trump.

A medida inclui o bloqueio de bens e a proibição de transações das empresas e de suas subsidiárias, segundo nota divulgada pelo Tesouro dos EUA.

O texto afirma que “todos os bens e interesses em bens” relacionados às duas empresas e que estejam nos EUA ou sob posse ou controle de pessoas em território norte-americano “estão bloqueados e devem ser comunicados à OFAC [Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros dos EUA]”. 

“Diante da recusa do presidente Putin em encerrar essa guerra sem sentido, o Tesouro está sancionando as duas maiores empresas de petróleo da Rússia, que financiam a máquina de guerra do Kremlin”, disse o secretário do Tesouro, Scott Bessent. “Incentivamos nossos aliados a se unir a nós e a aderir a essas sanções.” 

As sanções marcam uma mudança significativa na política de Trump, que até então não havia imposto restrições à Rússia por causa da guerra, optando por se basear em medidas comerciais. No início deste ano, ele aplicou tarifas adicionais de 25% sobre produtos da Índia em retaliação à compra de petróleo russo com desconto. 

A União Europeia (UE) aprovou também na quarta-feira o 19° pacote de sanções contra Moscou, que incluíram a proibição de importações de gás natural liquefeito russo. Na semana passada, o Reino Unido já havia sancionado as petrolíferas Lukoil e Rosneft. 

Reunião Trump-Putin frustrada 

Foto de 15 de agosto de 2025 - Putin e Trump durante cúpula no Alasca — Foto: REUTERS/Kevin Lamarque

Foto de 15 de agosto de 2025 - Putin e Trump durante cúpula no Alasca — Foto: REUTERS/Kevin Lamarque

Trump busca terminar rapidamente a guerra na Ucrânia, mas enfrenta diversas dificuldades por conta da complexidade do conflito e das negociações.

Após meses de diplomacia estagnada, ele conversou na semana passada com o presidente Putin e anunciou planos para uma reunião em Budapeste, na Hungria, que ocorreria nas próximas semanas.

No entanto, após uma ligação telefônica na segunda-feira (20) entre os chefes da diplomacia dos dois países, a Casa Branca informou que Trump não tem planos de se reunir com Putin “no futuro imediato”. 

O presidente americano disse que não quer “ter uma reunião desperdiçada”, algo que, segundo o Kremlin, Putin também busca evitar. Autoridades russas afirmaram, no entanto, que os preparativos para o encontro continuam.

"As datas ainda não foram definidas, mas é necessária uma preparação completa antes disso, e isso leva tempo", declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

Uma autoridade dos EUA declarou que a reunião não foi cancelada, mas que Washington está focado, por enquanto, na próxima viagem de Trump à Ásia.

O impasse ocorre depois que a Rússia reiterou aos EUA seus termos para um possível acordo de paz, incluindo a exigência de que a Ucrânia ceda o controle total da região de Donbas, disseram três fontes à Reuters.

A posição contrasta com a proposta de Trump, feita na semana passada, de que as negociações deveriam se basear nas linhas de frente atuais.

O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, disse à agência estatal RIA que não poderia confirmar se Moscou havia transmitido sua posição, como relatado pela Reuters.

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