A votação da mensagem 36489/2025 editada pelo prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), que autorizou a fusão das Secretarias de Assuntos Estratégicos e de Planejamento e Orçamento, e a criação da Secretaria do Trabalho e Emprego, terminou em bate-boca e palavrões na Câmara Municipal nesta terça-feira (7).
A matéria chegou para discussão com requerimento de urgência, incomodando a oposição. O tumulto começou com as falas ácidas de Dídimo Vovô (PSB) e Jeferson Siqueira (PSD) contra o prefeito por tentar aprovar mais uma 'supersecretaria'. Coronel Dias (Cidadania) foi o único a falar em defesa da gestão, incitando mais a bancada oposta. A presidente da Câmara, Paula Calil (PL), tentava conter o plenário, organizando a ordem das manifestações na tribuna quando Baixinha Giraldelli (Solidariedade) perdeu a paciência e explodiu no microfone.
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"Se não foi gravado por que fica essa putaria aqui? Ficam brigando 24 horas", disparou Baixinha e em seguida Paula Calil suspendeu a sessão por cinco minutos para acalmar os ânimos.
Os vereadores da oposição protestaram contra o requerimento de urgência argumentando que receberam o texto-base nos celulares minutos antes da votação, às 08h25. Além disso, segundo Dídimo, o prefeito não diáloga com a Câmara, sem explicar, por exemplo, os impactos financeiros das fusões.
"Temos que parar com isso. O prefeito consegue desmembrar secretários em seis meses, faz um remembramento de ambas e alteração de remembramento. O prefeito dorme de uma forma, acorda de uma forma e quer mudar as secretárias de uma hora para outra. O prefeito não discute com os vereadores. Precisamos debater, saber o impacto", provocou Dídimo.
Jeferson Siqueira acompanhou o colega e provocou o base do governo, os colocando como fantoches de Abilio na Câmara.
"O alinhamento é vertical. Ele faz o que quer. Tem tanto pau mandado aqui que ele está fdazendo o que quer. Amanhã é uma trifusão, quatrifusão, mas resultado e efetividade não tem", disse.
A presidente Paula Calil explicou que Abilio, como prefeito, tem o direito de ingressar com requerimento de urgência conforme o Regimento da Câmara. No mesmo tom, Coronel Dias seguiu com a defesa ao prefeito, tentando ressaltar a viabilidade econômica para as fusões das pastas.
"É necessário enxergar que na Prefeitura não houve aumento de nenhum imposto e todo o esforço que o Abilio tem feito", afirmou Dias.
Jeferson aumentou a tensão ao citar requerimento de Coronel Dias para a abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da 'CS Mobi 2.0'. Abilio detonou os vereadores à frente da primeira CPI, os acusando de "má-vontade". Na reta final dos trabalhos, o prefeito levou dossiê com série de documentos para contrapor os dados levantados pela comissão, que termina sem uma resolução.
"Votei contra com muita responsabilidade, até porque não sou marinheiro de primeira viagem. Aqui você vai votar posicionamento que temos ou vai ser repensado. Agora, além de criar cargo, ele também tem autonomia para mandar criar CPI nessa Casa, igual o Coronel Dias que acabou de ser mandado protocolar. Isso fica feio na Casa. Quer falar, tenha coerência com o discurso sem descredibilizar os colegas que fizeram a outra CPI", falou Jeferson.
NOVA PASTA
Mesmo diante dos protestos, a fusão foi aprovada com 19 votos favoráveis e dois contrários - de Jeferson e Dídimo que não foram acompanhados pelos demais vereadores da oposição. A nova pasta passará a ser conhecida como Secretaria Municipal de Planejamento Estratégico e Orçamento. O texto agora vai à sanção do prefeito.
A proposta, segundo o prefeito Abilio Brunini, tem como objetivo aprimorar a eficiência administrativa sem comprometer recursos. “Estamos reorganizando a estrutura para dar mais eficiência à gestão, sem criar novas despesas para a cidade”, justificou o prefeito.
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