O vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos) confirmou nesta quinta-feira (6) que mantém articulações políticas para construir uma ampla aliança visando as eleições de 2026 em Mato Grosso. Durante coletiva de imprensa, Pivetta adotou postura cautelosa, priorizando o discurso de continuidade da gestão Mauro Mendes.
Até a quinta-feira, Pivetta tinha como trunfo o suposto apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à sua candidatura. Embora o capitão, envolto em escândalos judiciais, não possa se manifestar publicamente, a aproximação entre Otaviano e a esposa do ex-presidente, Michelle Bolsonaro, era vista como indicativo de consolidação da aliança.
Contudo, o presidente do PL em Mato Grosso jogou um balde de água fria nas articulações. Na quinta, ele confirmou a pré-candidatura do senador Wellington Fagundes ao governo de Mato Grosso pelo PL e destacou que a liberação de filiados para apoiarem outros candidatos será uma exceção.
Pivetta também enfrenta outro desafio: o senador Jayme Campos também quer pleitear a cadeira mais alta do Paiaguás e pode tirar o União Brasil do arco de alianças do vice-governador, embora Mauro Mendes seja o aliado de primeira hora de Pivetta. Em meio à queda de braço partidária, Otaviano aposta no discurso contido e de continuidade da gestão.
"Eu estou trabalhando, ajudando o Mauro a governar e articulando com todas as forças políticas possíveis para compor uma aliança ampla para viabilizar, se Deus quiser, uma [gestão] que pertença ao futuro", afirmou Pivetta, evitando mencionar diretamente sua pré-candidatura.
Questionado sobre a possibilidade de uma mulher como vice na chapa, o vice-governador foi enfático ao adiar o tema: "Ano que vem vai ter o tempo das convenções, o registro das candidaturas. Se tudo der certo, eu vou me pronunciar nas vésperas das convenções".
PASSOS CONCRETOS
Enquanto adia declarações contundentes sobre a pré-candidatura, o vice-governador já deu passos concretos na pré-campanha, tendo contratado o marqueteiro Duda Lima, que atuou nas campanhas de Jair Bolsonaro (2018) e Ricardo Nunes (2024). A contratação foi feita pelo Diretório Nacional do Republicanos, indicando o apoio formal da legenda.
Enquanto isso, a aliança histórica com Mauro Mendes segue como a mais consolidada. O governador já deixou claro que mantém seu apoio pessoal a Pivetta independentemente das definições partidárias: "Otaviano Pivetta será a alternativa para esse governo continuar nos próximos anos", defendeu o governador.
"É importante lembrar que nós devolvemos o Estado de Mato Grosso para o povo. O Estado estava capturado até 2019. Gastava tudo que arrecadava para nutrir o seu corpo. Não sobrava nada para devolver para a sociedade", complementou Pivetta.

















