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UMA MORTE POR SEMANA

Parlamentares clamam por "medidas excepcionais" após MT registrar 51º feminicídio

Estado supera o total de feminicídios de 2024, mantendo-se no topo do ranking nacional. Deputadas Janaina Riva e a senadora Margareth Buzetti e o deputado Gilberto Cattani criticam inação e cobram políticas para "anteceder o fato."  

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DA REDAÇÃO

Mato Grosso atingiu a marca de 51 feminicídios em 2025, superando o total registrado em todo o ano anterior, 47 casos. Em 2024, o estado já figurava pelo segundo ano consecutivo na liderança no ranking nacional de assassinatos de mulheres por motivação de gênero. O estado tem registrado uma média alarmante de mais de uma morte por semana, considerando que o ano está na 48ª semana.

O 51º caso investigado ocorreu na madrugada deste domingo (23), em Sinop (503 km de Cuiabá), onde Gislaine Ferreira da Silva, de 33 anos, foi morta a facadas pelo companheiro em meio a um histórico de discussões. O 50º caso foi registrado na sexta-feira (21), em Guarantã do Norte, onde Julia Barbieri, de 22 anos, foi morta, supostamente pelo companheiro, que tirou a própria vida em seguida.

"ESTADO DE EXCEÇÃO"

Em entrevista nesta segunda-feira os deputados estaduais Janaina Riva (MDB) e Gilberto Cattani (PL) criticaram o aumento da violência e lamentaram a ineficácia das políticas atuais e exigindo uma mudança de abordagem. Riva afirmou que Mato Grosso está vivendo em um "estado de exceção" e cobrou medidas excepcionais e maior capacitação das forças de segurança.

Janaina criticou o procedimento policial no caso de Gislaine, em Sinop, onde a Polícia Militar foi à residência, mas a vítima não quis ir até a delegacia. Para a deputada, nesses casos, a mulher deveria ser retirada do ambiente de violência, mesmo que não queira registrar o Boletim de Ocorrência (BO).

"Nós temos que estar preparados e qualificados para atender esse tipo de ocorrência e ter essa sensibilidade de que conforme o estado emocional da vítima, sim, com certeza ela tem que ser retirada desse ambiente."

Cattani, que teve a própria filha como vítima de violência extrema, lamentou que nem mesmo a repercussão de casos de pessoas públicas iniba os agressores.

Ele defendeu que a sociedade comece a olhar para a prevenção. "O feminicídio, nós temos que prever, nós temos que achar uma maneira de anteceder o fato e tentar evitá-lo. É isso que nós temos que concentrar as nossas ações, porque a punição somente também não está servindo para muita coisa."

"Todas as políticas que nós fizemos até aqui não deram certo. Os números mostram que não deram certo. Alguma coisa está errada, nós estamos errando em algum lugar", completou.

Cattani reiterou sua posição de que crimes de ódio como o feminicídio, no qual o agressor mata "sem compaixão nenhuma," buscando destruir a imagem da vítima, mereceriam, em seu entendimento, a pena de morte no país.

A suplente de senadora Margareth Buzetti (PP), após o 50º caso, declarou nas redes sociais, que o problema transcende a capacidade policial: "Não tem força policial e não tem estado que dê conta de atacar um crime como esse." Para ela, a solução passa por "educação, Deus no coração e família para essas pessoas."  

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