O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), negou nesta sexta-feira (19) ter dispensado a vice-prefeita Coronel Vânia Rosa (Novo) após a vitória eleitoral. Em resposta às acusações públicas da vice, Brunini afirmou nunca ter dito a frase “vai para casa”, atribuída por Vânia a um aliado do prefeito no dia seguinte ao segundo turno. (VEJA O VÍDEO AO FINAL)
“Não, eu nunca falei para ela ir para casa, isso nunca aconteceu, muito pelo contrário, eu sempre tive uma parceria muito boa com ela”, afirmou o prefeito, demonstrando surpresa com a versão da vice. A fala de Brunini é a primeira negação direta ao episódio que, segundo Vânia, marcou o início do rompimento.
Para sustentar sua defesa, o prefeito lembrou que a vice-prefeita ocupou pastas importantes no primeiro ano de gestão. “Tanto que ela foi secretária de duas pastas importantes, secretária de assistente social, secretária de mobilidade”, enumerou. Brunini utilizou esses cargos como contraponto lógico à acusação de que Vânia teria sido descartada imediatamente após a eleição. “Como que eu ia colocar ela como secretária de duas pastas?... como que eu faria isso um dia depois se ela teve duas pastas importantes?”, questionou.
O gestor admitiu que houve “alguns conflitos nas duas pastas”, razão pela qual a vice foi removida das secretarias. “Por motivo desses conflitos a gente preferiu trocar ela de secretaria, mas não é motivo nenhum de a gente falar isso para ela”, explicou, sem detalhar a natureza dos conflitos.
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Brunini insistiu na narrativa de uma relação inicialmente positiva. “Ela participou de todo o processo de transição, sempre tive um bom relacionamento com ela. O que tem acontecido de estranho aconteceu recentemente, mas fora isso a gente teve uma boa conduta sempre”, afirmou, sugerindo que a crise se agravou em um passado recente, distante da data da eleição.
A tentativa do prefeito foi desconstruir a linha do tempo apresentada por Vânia, que vincula o esvaziamento político ao momento pós-eleição. “Ela fala que começou um dia depois, né? Ganhou e já não precisava mais dela, né?”, resumiu ele, com tom retórico, antes de reiterar: “Não tem nada demais disso aí não, acho que nunca houve isso”.
CONTEXTO
As declarações do prefeito aprofundam o cenário de versões contraditórias que domina a crise. De um lado, a vice-prefeita descreve um processo sistemático de exclusão e violência política de gênero, iniciado horas após a vitória. Do outro, o prefeito pinta um quadro de parceria que só azedou devido a desentendimentos operacionais em secretarias, muito depois da posse.
O impasse central, a ausência de dotação orçamentária específica para o gabinete da vice na LOA 2026, não foi abordado diretamente nas declarações transcritas. Anteriormente, a defesa da prefeitura foi a de que se trata de uma reorganização administrativa, com as despesas centralizadas na Secretaria de Governo, e não de um corte de recursos.


















