O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está inelegivel e é réu por suspeita de tentaiva de golpe de Estado, indicou que vê possíveis canditados à Presidência da República no próximo ano, embora se recuse a retirar o nome do páreo. Mas ao comentar possíveis candidaturas de sua esposa, Michelle Bolsonaro, ou do filho Eduardo, o ex-presidente afirmou que “não pode bater o martelo agora”.
“A Michelle não pediu para entrar nas pesquisas, botaram o nome dela e ela tem aparecido na frente do Lula. Quem é a Michelle? É uma pessoa como primeira-dama, no meu entendimento, que foi exemplar. É uma mulher, fala bem, é evangélica, então tem o carinho de uma parte considerável da população”, falou Bolsonaro.
Em entrevista ao Uol nesta quarta-feira (14/5), o ex-presidente disse: “Então ela pode ser candidata? Não sei. O outro é o Eduardo [Bolsonaro], que está nos Estados Unidos, que aparece em pesquisas por aí também, perdendo para o Lula, mas aparece. Tem muito tempo até lá. Eu não posso bater o martelo agora”.
Bolsonaro reafirmou que tem esperanças de estar na cédula de votação das eleições de 20226. “Vou até o último segundo”. E questinou sua inelegibilidade. “Costumo dizer: eleição sem meu nome na chapa é negação da democracia. Isso que Alexandre de Moraes faz lá fora é conhecido como law fare. Romênia, França, Estados Unidos. É para tirar de combate”, afirmou.
Cobrança a aliados
Ele cobrou dos governadores aliados uma postura de questionamento mais contundente sobre sua inelegibilidade. E pediu para que todos questionem publicamente o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“Não é estratégia política, vou até o último segundo. Michel Temer até entrou nessa questão. É direito do Michel Temer, ninguém que entrou na politica esquece. Mas gostaria, não posso obrigar, que os governadores falassem: ‘Bolsonaro está inelegível por quê? Essas acusações valem?”, disse.
Na noite dessa terça-feira (13/5), a defesa do ex-presidente chegou a solicitar ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o cancelamento de audiências com testemunhas, indicadas pelo juiz, no processo relacionado à trama golpista. A defesa argumenta que os advogados do político não tiveram tempo hábil para analisar todas as provas apresentadas pela Polícia Federal (PF).
Agenda
Bolsonaro afirmou que está pronto para retomar a agenda política. O ex-presidente ficou 21 internados, em Brasília, no mês de maio, depois de precisar realizar uma cirurgia de desobstrução intestinal. A fala ocorreu durante uma entrevista ao UOL News, nesta quarta-feira (14/5).
A primeira aparição pública de Jair Bolsonaro depois do período na UTI do Hospital DF Star aconteceu na última quarta-feira (7/5), quando, mesmo recém saído do hospital e com indicação médica para evitar aglomerações, ele esteve presente no ato pró-anistia ao lado de apoiador