A prefeita de Pedra Preta (240 km de Cuiabá), Iraci Ferreira (PSDB), revelou ao HNT TV Entrevista que seu esposo recomendou que a renúncia do cargo após a mulher ser chamada de "cachorra viciada" pelo vereador Gilson da Agricultura (União Brasil). Segundo Iraci, o companheiro estava revoltado. Porém, a prefeita afirmou que abandonar o mandato não passou por sua cabeça e ressaltou a intenção de cumprir os quatro anos de gestão.
"Quando eu cheguei em casa, a minha família estava toda revoltada. Meu marido queria que eu deixasse a Prefeitura, que eu deixasse a gestão. Por quê? Por detrás disso, a gente tem uma família e eu sou ministra da palavra, sou catequista, sou da igreja", desabafou a prefeita ao podcast.
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A minha família estava revoltada. Meu marido queria que eu deixasse a Prefeitura
Iraci está no início do segundo mandato, antes ficou por oito anos na Câmara. A reeleição ao Executivo foi conferida com 7.340 votos, cerca de 68,02% das urnas conforme o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ela foi a única mulher inscrita nas eleições municipais em 2024, concorrendo com três homens: Heber Vinicius (Republicanos) que obteve 26,20 % dos votos; Mauro Veterinário (PL) 4,09 % e Palo Coró (PT) 1,70 %.
A prefeita relatou que a sensação ao assistir a ofensa na Câmara "perdeu o chão" e que demorou dois dias para se recuperar do baque, entretanto, recuar da política nunca foi cogitado.
Tenho que seguir em frente
"Não. O meu coração, em nenhum momento, falou: desista. Eu tenho que seguir em frente, eu tenho um compromisso com a população de Pedra Preta, 70% confiou o voto numa reeleição para uma prefeita, coisa que nunca aconteceu aqui. E, nós estamos trabalhando muito bem e isso está incomodando", falou Iraci ao podcast do Hipernotícias.
ENTENDA A POLÊMICA
Gilson Agricultor disparou o xingamento na tribuna da Câmara ao criticar o empenho de cerca de R$ 500 mil do duodécimo do Legislativo ao rodeio da cidade. O vereador defendia o uso dos recursos em obras de abastecimento de água na Zona Rural. Em tom pejorativo, Gilson falou que a prefeita só visitava se voltava os assentamentos para pedir voto, igual a uma "cachorra viciada". A fala reverberou negativamente, sendo rotulada como violência política de gênero.
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CASSAÇÃO E EXPULSÃO DO PARTIDO
Nesta segunda-feira (1º), por seis votos favoráveis e dois contrários, os vereadores decidiram pela instalação de comissão processante por quebra de decoro. Gilson foi alvo de três denúncias, assinadas pelo presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), Léo Bortolin (MDB); da prefeita Iraci; e da primeira-dama de Mato Grosso, Virginia Mendes (União Braisl) e deputada federal Gisela Simona (União Brasil) que representaram juntas.
Além disso, Gilson é alvo de processo no Conselho de Ética do União Brasil. À reportagem, o presidente do partido, Ediérico Machado, disse que a fala do vereador foi infeliz e que será difícil sua permanência na sigla. Ediérico também é vereador e foi escolhido para presidir a comissão processante na Câmara.
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