Em tom de desabafo, a prefeita de Pedra Preta (240 km de Cuiabá), Iraci Ferreira (PSDB), falou ao HNT TV Entrevista que não está preparada para perdoar o vereador Gilson da Agricultura (União Brasil) que a chamou de "cachorra viciada". Iraci, que é uma das denunciantes à Comissão de Ética da Câmara que instaurou processo para cassação, falou que um pedido de desculpas não resolve e cobrou penalidade a Gilson para que o episódio seja usado como exemplo, coibindo a violência política de gênero.
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"É muito difícil. Você tem que perdoar de verdade. Eu ainda não estou preparada para dar essa resposta diante da sociedade. Eu sei que ele seria incapaz de fazer uma coisa dessa diante da amizade que tínhamos antes, do trabalho que foi feito, nunca acreditava que ele pudesse chegar a certo ponto. Pedir desculpa, pedir perdão, acho que isso não resolve o ato. Tem que ter uma penalidade", disparou a prefeita ao podcast.
Eu perdoar ou desculpar, não vai mudar a situação
Gilson participou do grupo da prefeita por 12 anos, atuando nas duas campanhas vitoriosas de Iraci à Câmara e nas duas vezes em que ela foi eleita gestora do município. Iraci retribuiu o apoio, nomeando Gilson como secretário de Agricultura no primeiro mandato. O cargo rendeu o nome político pelo qual ele foi eleito vereador nas eleições de 2024. Porém, ao assumir a cadeira na Câmara, Iraci notou a mudança de comportamento. Gilson começou a se afastar e passou a dialogar com a oposição.
Iraci não avalia a mudança de posicionamento político como uma traição, uma vez que não havia um 'contrato' para ser seguido. No entanto, a prefeito ressaltou que isso não é licença para xingar uma autoridade.
"Quando a pessoa é confiada pelo voto da sociedade, ela tem que estar consciente do que ela vai fazer, do que vai falar e responder por suas consequências. Cada palavra que fala ou você avança na política ou pode destruir a si próprio", observou.
Precisamos agir e fazer com que isso não aconteça nem comigo e nem com ninguém mais na política
"Eu perdoar ou desculpar, não vai mudar a situação. Precisamos agir e fazer com que isso não aconteça nem comigo e nem com ninguém mais na política", finalizou.
ENTENDA A POLÊMICA
Gilson Agricultor disparou o xingamento na tribuna da Câmara ao criticar o empenho de cerca de R$ 500 mil do duodécimo do Legislativo ao rodeio da cidade. O vereador defendia o uso dos recursos em obras de abastecimento de água na Zona Rural. Em tom pejorativo, Gilson falou que a prefeita só visitava se voltava aos assentamentos para pedir voto, igual a uma "cachorra viciada". A fala reverberou negativamente, sendo rotulada como violência política de gênero.
Os vereadores decidiram pela instalação de comissão processante por quebra de decoro. Além disso, Gilson é alvo de processo no Conselho de Ética do União Brasil e pode ser expulso do partido.
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