Durante a reunião em Brasília junto a 8 governadores, Mauro Mendes (União) anunciou que nos próximos dias o grupo insistirá para que o presidente da República, Lula (PT), dê início a tratativas de renegociação com os Estados Unidos tentando reverter o tarifaço em cima de produtos brasileiros exportados para o país.
Ainda no encontro foi debatido pautas sensíveis da extrema-direita como a anistia aos condenados pelo 8 de janeiro e impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
À imprensa, o governador teceu duras críticas à condução política e econômica do país. Abordando uma futura crise institucional brasileira, por conta da deterioração das relações diplomáticas com os Estados Unidos, diante das acusações do presidente americano Donald Trump em decisões do Judiciário em cima do amigo pessoal, Jair Bolsonaro (PL).
“Muito claramente foi dito entre nós que precisamos cobrar ao presidente Lula que assuma protagonismo dessa negociação. Ele é o presidente do país, foi democraticamente eleito, concorde ou não boa parte dos brasileiros, ele está como nosso presidente e não pode abrir mão de dialogar com os americanos. Lula não pode ficar aqui oferecendo jabuticaba, falando coisas como estivesse jogando para o time eleitoral que ele representa, deixando de lado os interesses da economia brasileira”, anunciou.
O governador reforçou ainda a autonomia do Congresso Nacional, afirmando que é o Legislativo quem deve assumir o papel central na definição dos rumos do país, caso o presidente Lula opte por não buscar acordo com os Estados Unidos.
“Se ele não fizer, que o Congresso Nacional que é um poder legitimo assuma o protagonismo, bata no peito e procure o presidente americano. Governador representa seu estado, o Congresso representa a nação brasileira”, emenda.
Antes de finalizar a entrevista, o governador ainda mencionou declarações recentes do senador Davi Alcolumbre (União-AP), que teriam indicado resistência em pautar pedidos de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, mesmo com apoio da maioria dos senadores.
Também foram feitas observações sobre decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente no que diz respeito à figura do juiz de garantias, validada pela Corte. Para o grupo, há um debate importante sobre equilíbrio entre os papéis de julgamento e instrução no processo judicial.
“Vi uma declaração do presidente Alcolumbre que me preocupou, ele disse que mesmo que 81 senadores aceitem o impeachment, ele não vai pautar, isso é autoritarismo, como que quer condenar alguém, quando se age dessa forma? Como que o ministro Alexandre, com todo respeito, que está havendo excessos, o próprio Supremo Tribunal Federal (STF) validou o juiz de garantia, que diz claramente que um juiz que faz parte de instrução, não pode fazer parte de julgamento. Existem equívocos gigantesco que estão empurrando o Brasil para uma crise”, finalizou.