O ex-deputado federal Carlos Bezerra (MDB) detonou a obstrução patrocinada por parlamentares da direita no Congresso Nacional. O protesto tinha como finalidade pressionar a votação de pautas como a anistia dos condenados de 8 de janeiro e o impeachment do ministro da Suprema Corte, Alexandre de Moraes, após a determinação de prisão domiciliar ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
"É um absurdo isso. Compromete a imagem nossa do Brasil no exterior, compromete a democracia, eles querem acabar com a democracia. Eles querem dar outro golpe militar. Não conseguiram dar o golpe em 2022 e estão tentando novamente. Essa ocupação das Mesas, isso está na imprensa internacional e o Brasil é visto como uma 'republiqueta', que a democracia não está consolidada. Mas a estrutura democrática nossa é muito forte e acredito que vai conseguir superar tudo isso", falou Bezerra à imprensa nesta quarta-feira (6) durante reabertura dos trabalhos da Assembleia Legislativa de Mato Grosso.
O ex-deputado, que também foi senador, governador de Mato Grosso, deputado estadual e prefeito de Rondonópolis (212 km de Cuiabá), criticou ainda a falta de patriotismo de Eduardo Bolsonaro (PL), filho de Jair Bolsonaro, que está em auto-exílio nos Estados Unidos. "É uma falta de patriotismo. Fica lá articulando coisas contra o Brasil", criticou Bezerra referindo-se às sanções econômicas impostas pelo país norte-americano ao Brasil, cujas justificativas incluem a suposta perseguição do Judiciário brasileiro à família Bolsonaro.
Na Câmara dos Deputados, após o motim da oposição, deputados chegaram a associar a descoupação do plenário à promessa de votação do projeto da anistia. O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos), retomou a cadeira na noite de quarta e negou qualquer negociação. No Senado, os trabalhos também foram retomados sem promessas de votação do impeachment de Moraes.
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