O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), reconheceu a insatisfação da Câmara com a vice-prefeita e secretária de Mobilidade Urbana (Semob), Vânia Rosa (Novo), e disse que vai apurar os motivos do desentendimento da vice com a presidente da Câmara, Paula Calil (PL), para tentar acalmar os ânimos. Na tentativa de amenizar, o prefeito o classificou a rusga como uma "dissonância" na base do governo. Mas o episódio com Paula é a 'ponta do iceberg' da resistência dos vereadores ao perfil da vice-prefeita.
Atendendo a convocação, Vânia foi nesta quinta-feira (7) à Câmara para prestar esclarecimentos sobre a Semob e gerou mais tensão com o Legislativo, afirmando ter sofrido violência política de gênero por parte de um parlamentar, sem revelar o nome.
Abilio se confundiu ao comentar o caso, acreditando que a vice-prefeita se referiu diretamente a Paula Calil e chegou a dizer que Vânia havia cometido um "equívoco", já que a Mesa Diretora da Câmara é formada apenas por mulheres, segundo o prefeito, não haveria como sua vice ser intimidada pelas vereadoras.
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"Recebo com muita surpesa. É uma Câmara formada por mulheres, a presidente Paula Calil, a secretaria, toda a Mesa é composta por mulheres. Acredito que não deve ser uma questão de violência de gênero, mas de dissonância em que boa parte dos vereadores apresentam certa insatisfação com secretário", falou o prefeito à imprensa.
"Acredito que houve um equívoco na fala dela e vamos ver o que podemos melhorar nessa situação entre os vereadores e o secretário. Não pode ter uma relação estremecida como essa", emendou o prefeito.
Vânia iniciou a gestão na Assistência Social e permaneceu na pasta até abril. Ela deixou a secretaria para comandar a Semob a pedido de Abilio quando a agente de trânsito Regivânia Alves Venâncio, antiga titular da secretaria, pediu para ser retirada do cargo por problemas de saúde.
A relação do secretariado de Abilio com Abilio é frágil. Em oito meses de gestão, Vânia é a terceira secretaria a se desentender com os vereadores. As duas figuras anteriores não suportaram o desgate e foram exoneradas: a ex-secretária de Educação, Solange Dias, e a médica Lúcia Helena, ex-secretária de Saúde.
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O prefeito não mencionou trocas, apenas que vai conversar com a vice-prefeita. "Vou analisar esse assunto que é sério, imagina uma situação como essa em que se está insatisfeito e mencionar violência política de gênero. Tem que tratar esse assunto com muita seriedade", concluiu o prefeito.
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